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Bush traz ao Brasil cerca de 300 policiais
Segurança será reforçada por quase 200 agentes da PF, que, ao lado do Exército, posicionará atiradores de elite em São Paulo
Deslocamento de comitivas será acompanhado por helicópteros da FAB; em certas ocasiões, jornalistas ficarão a 80 metros de Bush
ANDRÉA MICHAEL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
No mais forte esquema de segurança já montado no país para receber uma autoridade estrangeira, o presidente americano George W. Bush desembarcará no Brasil com cerca de
300 policiais vindos dos EUA.
Para cumprir a agenda prevista nos dias 8 e 9 de março,
em São Paulo, a comitiva da segurança americana será reforçada por aproximadamente
200 policiais federais. O número pode cair um pouco, a depender de quantos integrantes
do Exército serão destacados
para o evento -o efetivo disponível em São Paulo gira em torno de 4.000 homens.
Ao chegar ao Brasil, no final
da tarde de 8 de março, Bush
deve seguir direto para um hotel, cujo nome tem sido mantido sob sigilo e que já foi totalmente reservado para receber
os americanos.
Sem nenhum outro hóspede
de fora da comitiva, o hotel terá
todos os seus andares monitorados. De lá, o presidente só deve sair no dia seguinte, para
cumprir a agenda oficial.
Existe um grande esforço da
equipe de segurança para evitar
deslocamentos de Bush por São
Paulo. Assim, é possível que haja mudanças na agenda, que por
ora prevê, pela manhã, visita ao
terminal da Transpetro, em
Guarulhos, na companhia do
presidente Lula.
À tarde, o presidente deve visitar a ONG "Meninos do Morumbi" -entidade que atende
cerca de 3.000 crianças e adolescentes com projetos de dança, canto e percussão.
É possível, no entanto, que,
depois de visitar a Transpetro,
Bush siga direto para o aeroporto internacional, que também fica em Guarulhos, e embarque rumo ao Uruguai.
À distância
Em um esquema de segurança bastante rígido, os jornalistas poderão acompanhar os
eventos de Bush à distância.
Em alguns momentos, a imprensa ficará até 80 metros
longe do presidente dos EUA.
Os jornalistas destacados para a cobertura terão de se submeter a uma "varredura de segurança", ou seja, passar por
máquinas de raio-X e por revista de bolsas e de equipamentos
-procedimentos já utilizados
pela equipe de segurança do
presidente Lula.
Ao longo dos trajetos que
Bush irá percorrer por São Paulo, haverá atiradores de elite da
PF e do Exército posicionados
em pontos estratégicos.
Essas instituições também
vão montar um grupo tático,
para um caso extremo. Esse tipo de equipe tem treinamento
para enfrentar, por exemplo,
seqüestro de avião.
O deslocamento das comitivas, guiadas por batedores da
Polícia Militar e da Polícia Rodoviária Federal, também será
acompanhado por helicópteros
da Força Aérea Brasileira.
O Exército deverá ocupar zonas consideradas de risco e ajudar no fechamento de vias de
acesso, assessorando a operação. Durante o período em que
Bush ficar em São Paulo, é esperada uma piora significativa
do trânsito da cidade.
Árabes e MST
O Brasil não tem histórico de
ações terroristas, o principal
temor dos americanos. Ainda
assim, a PF dobrou o número
de policiais em missões destinadas a levantar informações
relativas à colônia árabe em São
Paulo e em Foz do Iguaçu.
"Nunca houve uma visita de
tanto risco. O presidente Bush
é uma pessoas que têm muitos
inimigos no mundo todo. Estamos tomando todas as precauções", afirma o delegado da PF
Flávio Luiz Trivella, responsável pela segurança de Bush.
Outra preocupação está em
uma eventual manifestação de
integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) contra a visita
de Bush. Todos os possíveis
protestos também estão sendo
monitorados.
Colaborou a Reportagem Local
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