São Paulo, domingo, 05 de maio de 2002

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Insinuação de caixa-dois é "maluca", diz Serra

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O pré-candidato do PSDB à Presidência, senador José Serra, classificou como "maluca" a insinuação de que sua campanha ao Senado em 94 foi beneficiada por doação ilegal do empresário Carlos Jereissati.
"A insinuação de que houve doação não registrada para minha campanha, oito anos atrás, é inteiramente maluca. As doações feitas na época estão registradas no Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo. Qualquer um pode comprovar isso", disse à Folha.
De acordo com a revista "Veja", o ex-diretor do Banco do Brasil Ricardo Sérgio, um dos encarregados da arrecadação de fundos para a campanha do ex-ministro ao Senado, teria conseguido uma doação de R$ 2 milhões do empresário Carlos Jereissati.
Irmão do ex-governador do Ceará Tasso Jereissati (PSDB), Carlos é um dos proprietários da empresa de telefonia Telemar e tido como amigo de Ricardo Sérgio. ""Foram quatro ou cinco prestações, não me lembro exatamente", declarou o empresário à ""Veja". Procurado pela Folha, Jereissati não foi encontrado.
Segundo a revista, na lista do TRE de São Paulo onde estão registradas as contribuições oficiais para Serra à época aparecem apenas três doações do empresário. Nenhuma nesse valor.
Conforme os registros do TRE, teriam sido feitas três contribuições a Serra em nome de empresas do grupo La Fonte, pertencente à família de Carlos Jereissati: uma no dia 11 de julho, de R$ 15 mil, outra em 9 de agosto, de R$ 30 mil, e uma terceira em 27 de setembro, de R$ 50 mil.
Não é a primeira vez que esse tipo de acusação é feita em relação a um integrante do alto tucanato. Em novembro de 2000, a Folha demonstrou que pelo menos R$ 10 milhões foram parar num caixa-dois em 1998 e, no mínimo, outros R$ 8 milhões também deixaram de ser declarados ao TSE em 1994, pelo comitê eleitoral das campanhas de Fernando Henrique Cardoso à Presidência da República. O expediente é ilegal pela legislação brasileira.



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