São Paulo, domingo, 05 de maio de 2002

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RUMO ÀS ELEIÇÕES

Relatórios de bancos estrangeiros são efeito da "péssima condução da economia", diz presidenciável

Garotinho critica política econômica

LIEGE ALBUQUERQUE
DA REPORTAGEM LOCAL

Os relatórios de bancos estrangeiros aconselhando clientes a desistirem de títulos da dívida brasileira são efeito da "péssima condução da economia brasileira" e não da "possibilidade real" da esquerda chegar ao poder.
"Li o relatório do banco holandês (ABN Amro Bank) e eles citam "en passant" as eleições brasileiras. O que falam é dos rumos incertos da política econômica", afirmou o candidato à Presidência pelo PSB, Anthony Garotinho.
O ex-governador do Rio afirmou ainda considerar que o governo brasileiro não está respondendo à altura os relatórios dos bancos: "O governo tem de responder com medidas imediatas. Mas se tivesse investido em programas estratégicos, nenhum relatório daria esses conselhos".
Garotinho fez a afirmativa depois de ter participado, na sexta-feira à noite, da gravação do programa Passando a Limpo, da TV Record, que vai ao ar hoje à noite.
Durante a entrevista, Garotinho discutiu com o apresentador, o jornalista Boris Casoy, que não concordou que o Brasil esteja caminhando para o caos argentino. "Estamos longe disso", disse Casoy. "Se o próximo governo não mudar essa política é destino certo", afirmou.
No intervalo para os comerciais, antes da responder sobre como fazer a reforma tributária, os maquiadores enxugaram suor da testa e do pescoço do ex-governador.
No programa, o jornalista perguntou a opinião de Garotinho sobre o apoio declarado de um ministério da Assembléia de Deus à campanha do presidenciável tucano José Serra: "A igreja é livre para apoiar quem quiser".
Também na gravação do programa, o presidenciável do PSB disse que o PT fala em união da esquerda no primeiro turno "para a mídia". "O PSB não faz aliança com o partido no primeiro turno em hipótese alguma", disse.
Para Garotinho, o PT é um "sepulcro caiado". Segundo ele, significa que o partido é uma estrutura "bem pintada por fora, mas lá dentro é tudo sujo".
Disse que não quer o PT ao seu lado porque o partido é desleal: "O Zeca do PT (governador do Mato Grosso do Sul) trabalha com gente que desviou recursos do FAT, por exemplo, mas eles só apontam sujeira nos outros".
No programa, Garotinho disse não achar importante o tempo no horário eleitoral gratuito: "Acho que debates e apresentações na mídia, são mais eficientes".
Pela manhã, o coordenador nacional da campanha do PSB, o prefeito licenciado de São Vicente, Márcio França, afirmou que a prioridade da campanha era "conseguir mais tempo para a exposição de Garotinho, cedidos pelos candidatos a governo do PSB". "Discordo dele", disse Garotinho depois da entrevista à televisão.
O apresentador do programa perguntou a Garotinho de onde vinha o dinheiro que estava sendo usado para suas viagens. Segundo ele, é do fundo partidário do PSB.
Depois da entrevista o ex-governador não soube o total do fundo e indicou o tesoureiro da campanha, deputado Alexandre Cardoso. A reportagem ligou e deixou um recado na secretária eletrônica do celular de Cardoso, mas não obteve resposta.



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