São Paulo, quarta-feira, 05 de maio de 2004

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Trabalho da CPI é prejudicado por conflito político

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Instalada em junho de 2003, a CPI do Banestado colheu mais de 150 depoimentos, quebrou os sigilos bancário, fiscal e telefônico de 1.200 pessoas físicas e jurídicas e, nos dois últimos meses, envolveu-se em conflito político que dividiu governo e oposição, praticamente inviabilizando os trabalhos.
Até agora, a CPI, ao repassar à Receita Federal o sigilo de 450 mil operações por meio de contas CC5, feitas entre 1996 e 2002, permitiu a abertura de procedimentos fiscais sobre créditos tributários que podem chegar a R$ 213 bilhões. Os dados analisados pela Receita são de operações registradas no Banco Central, mas que não foram informadas ao fisco.
Em março, a quebra do sigilo bancário de Antonio Celso Cipriani, ex-controlador da Transbrasil, opôs o presidente da CPI, senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT), e o relator, José Mentor (PT-SP). O deputado acusou a oposição de "pinçar" nomes com interesses políticos -Cipriani é defendido pelo advogado Roberto Teixeira, amigo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Antero defendeu a quebra de sigilo e ganhou a questão no voto na CPI.
Desde então, tem sido difícil aprovar requerimentos e seguir com a investigação de prática de evasão de divisas, sobretudo em operações feitas por meio do Banestado, vendido para o banco Itaú em 2000. O negócio deixou uma dívida de R$ 4 bilhões para o governo paranaense.


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