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MINAS GERAIS
Servidores pressionam Aécio de olho em disputa de 2010
PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
Manifestações e paralisações por melhores salários
estão crescendo no funcionalismo público de Minas
Gerais, de olho nas pretensões eleitorais do governador Aécio Neves (PSDB).
Fiscais da Receita fazem
paralisações programadas
desde novembro passado.
Depois foram os defensores
públicos, em greve há quase
90 dias. Na quarta-feira foi a
vez dos policiais civis, que
paralisaram parte dos trabalhos. Ontem, procuradores
do Estado informaram que
estão mobilizados desde o
último dia 11 -já houve um
dia de paralisação.
Aécio tem resistido às
pressões dos servidores, contrários aos reajustes propostos pela sua gestão. O vice-governador Antonio Anastasia (PSDB), o gerente do governo, disse que os aumentos
oferecidos estão no limite do
Orçamento.
Os servidores tentam jogar
com o fato de Aécio ser um
dos presidenciáveis do PSDB
para 2010. Por isso, avaliam
que ele pode ceder para evitar desgastes como o de
2004, quando as polícias Militar e Civil entraram em greve e ele recorreu à União para pôr o Exército nas ruas de
Belo Horizonte.
Integrante da base do governo no Legislativo e representante dos policiais, o deputado Sargento Rodrigues
(PDT) avalia que Aécio vai
tentar se preservar ao máximo, por isso pode ceder. O
próprio Rodrigues joga com
2010 ao propor que, naquele
ano, o reajuste aos policiais
se dê em março, um mês antes de Aécio eventualmente
deixar o governo para concorrer ao Planalto.
Os policiais civis querem
19,7% de reajuste imediato e
piso de R$ 2.809 -o piso
atual é de R$ 1.333. O governo oferece 33,1% em três
anos, em parcelas cumulativas de 10% nos meses de setembro. Ontem, a Justiça
considerou ilegais os piquetes realizados por lideranças
policiais, que tem impedido
o funcionamento de alguns
serviços, embora o governo
tenha dito que não há greve e
que tudo está normal.
Os defensores públicos
querem piso de R$ 10 mil e
equiparação salarial com o
Ministério Público. O governo diz que o repasse ao setor
cresceu 212% desde 2003,
que fez concurso, reformulou a carreira e elevou o piso
de R$ 2.735 para R$ 4.000.
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