São Paulo, terça-feira, 05 de maio de 2009

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Articulação para 2010 faz balançar aliança PSDB-DEM

Bancada tucana reclama para Serra de investida da sigla aliada em seus redutos em SP

PSDB resiste a acordo com aliado, alegando que só DEM se beneficia; partido discute a adoção do voto em lista para eleição de deputados


CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A um ano e meio das eleições, já está chegando ao fim a lua de mel PSDB-DEM. A bancada do PSDB na Câmara se queixou ontem ao governador José Serra (PSDB) do apetite democrata no Estado de São Paulo.
Sob orientação do prefeito Gilberto Kassab, o DEM trabalha para dobrar o número de deputados federais: de 5 para 10. Investirá em 12 candidatos.
"Tentaremos eleger de 8 a 12 deputados", disse o secretário Rodrigo Garcia (DEM).
DEM e PSDB tradicionalmente se unem nas eleições para deputados. Mas o PSDB de São Paulo resiste à composição, sob o argumento de que monta uma chapa inteira da qual os democratas se beneficiam concentrando esforços num time forte. O problema deverá se reproduzir pelo país em 2010.
Coordenador da bancada paulista, Fernando Chucre foi o porta-voz da preocupação ontem, na reunião de duas horas, no Palácio dos Bandeirantes. "Muita gente da bancada fica incomodada, com medo de perder espaço", admitiu o deputado Ricardo Tripoli (PSDB).

Reforma política
Serra incentivou a bancada a atuar pela reforma política. Segundo deputados, ele disse que seria simpático defender a bandeira, em meio à crise enfrentada pelo Congresso.
Ainda segundo participantes, Serra disse que, na impossibilidade do distrital misto, não vê problemas na adoção do voto em lista para eleição de deputados, como propõem PT e PMDB. Ele se declarou, no entanto, contra o financiamento público, alegando que, além de impopular, a regra não impediria doações ilegais.
O governador concordou que é preciso evitar que, fragilizado, o Congresso aprove medidas populares do governo, cuja conta fique para o sucessor.
Serra se mostrou apreensivo com a frustração de projeção de receita do Estado em R$ 1,3 bilhão no quadrimestre. Quanto à composição de chapa, disse que é preciso esperar o desfecho da reforma política em negociação no Congresso, mas defendeu a aliança com o DEM.
Dizendo que seria difícil apresentar uma chapa sozinho, o presidente do PSDB, Mendes Thame, ficou encarregado de compor um mapa com aliados.
Os tucanos reclamam da investida do DEM em seus redutos. Um caso apontado como emblemático é a importação de Saulo Queiroz (DEM), ex-deputado por Mato Grosso do Sul.
Nascido em São Paulo, Queiroz concorrerá a deputado federal com apoio da prefeita de Ribeirão Preto, reduto do tucano Duarte Nogueira.
Antigo parceiro de Edson Aparecido, o ex-prefeito José Alcides Faneco é hoje subprefeito de Jaçanã/Tremembé e deverá desfazer a dobradinha.
A bancada federal repete uma reclamação dos vereadores do PSDB, queixosos da perda de espaço na Prefeitura de São Paulo. Kassab fez alterações em 21 das 31 subprefeituras, muitas delas ocupadas por tucanos até semana passada.


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