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Articulação para 2010 faz balançar aliança PSDB-DEM
Bancada tucana reclama para Serra de investida da sigla aliada em seus redutos em SP
PSDB resiste a acordo com aliado, alegando que só DEM se beneficia; partido discute a adoção do voto em lista para eleição de deputados
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
A um ano e meio das eleições,
já está chegando ao fim a lua de
mel PSDB-DEM. A bancada do
PSDB na Câmara se queixou
ontem ao governador José Serra (PSDB) do apetite democrata no Estado de São Paulo.
Sob orientação do prefeito
Gilberto Kassab, o DEM trabalha para dobrar o número de
deputados federais: de 5 para
10. Investirá em 12 candidatos.
"Tentaremos eleger de 8 a 12
deputados", disse o secretário
Rodrigo Garcia (DEM).
DEM e PSDB tradicionalmente se unem nas eleições para deputados. Mas o PSDB de
São Paulo resiste à composição,
sob o argumento de que monta
uma chapa inteira da qual os
democratas se beneficiam concentrando esforços num time
forte. O problema deverá se reproduzir pelo país em 2010.
Coordenador da bancada
paulista, Fernando Chucre foi o
porta-voz da preocupação ontem, na reunião de duas horas,
no Palácio dos Bandeirantes.
"Muita gente da bancada fica
incomodada, com medo de perder espaço", admitiu o deputado Ricardo Tripoli (PSDB).
Reforma política
Serra incentivou a bancada a
atuar pela reforma política. Segundo deputados, ele disse que
seria simpático defender a bandeira, em meio à crise enfrentada pelo Congresso.
Ainda segundo participantes,
Serra disse que, na impossibilidade do distrital misto, não vê
problemas na adoção do voto
em lista para eleição de deputados, como propõem PT e
PMDB. Ele se declarou, no entanto, contra o financiamento
público, alegando que, além de
impopular, a regra não impediria doações ilegais.
O governador concordou que
é preciso evitar que, fragilizado,
o Congresso aprove medidas
populares do governo, cuja
conta fique para o sucessor.
Serra se mostrou apreensivo
com a frustração de projeção de
receita do Estado em R$ 1,3 bilhão no quadrimestre. Quanto
à composição de chapa, disse
que é preciso esperar o desfecho da reforma política em negociação no Congresso, mas defendeu a aliança com o DEM.
Dizendo que seria difícil
apresentar uma chapa sozinho,
o presidente do PSDB, Mendes
Thame, ficou encarregado de
compor um mapa com aliados.
Os tucanos reclamam da investida do DEM em seus redutos. Um caso apontado como
emblemático é a importação de
Saulo Queiroz (DEM), ex-deputado por Mato Grosso do Sul.
Nascido em São Paulo, Queiroz concorrerá a deputado federal com apoio da prefeita de
Ribeirão Preto, reduto do tucano Duarte Nogueira.
Antigo parceiro de Edson
Aparecido, o ex-prefeito José
Alcides Faneco é hoje subprefeito de Jaçanã/Tremembé e
deverá desfazer a dobradinha.
A bancada federal repete
uma reclamação dos vereadores do PSDB, queixosos da perda de espaço na Prefeitura de
São Paulo. Kassab fez alterações em 21 das 31 subprefeituras, muitas delas ocupadas por
tucanos até semana passada.
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