São Paulo, sábado, 05 de junho de 2004

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País está "blindado", afirma Palocci

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho, disse que o país está "blindado em relação à crise" e vive uma situação de "céu de brigadeiro". A afirmação foi feita durante sua exposição aos demais ministros na reunião da Granja do Torto. Segundo ele, a expectativa agora é de "crescimento, crescimento, crescimento".
"Todos nós saímos de lá com a absoluta certeza de que o Brasil efetivamente entrou na rota de crescimento sustentável, sem nenhum risco de não ter esse crescimento em torno de 4%, no mínimo", disse o ministro das Comunicações, Eunício Oliveira, ao relatar a reunião.
A previsão oficial do governo é de um crescimento de 3,5% do PIB (Produto Interno Bruto) neste ano. Com o crescimento registrado no primeiro trimestre deste ano, de 2,7% em relação ao primeiro trimestre de 2003, o governo está refazendo suas contas.
Segundo Oliveira, Palocci disse: "Nós temos que ter cuidado, mas não há nenhum risco neste momento de qualquer coisa que atrapalhe o crescimento. Mesmo a alta da taxa de juros americana e essa questão séria do petróleo, nada disso tem capacidade para atrapalhar o crescimento".
Segundo Palocci, o Brasil não está mais vulnerável como estava em 2002, ano da eleição presidencial. "O país está blindado em relação à crise", disse ele, conforme o relato de Oliveira.
O ministro Aldo Rebelo (Coordenação Política), disse que "a situação econômica e financeira do governo é boa, o desempenho na realização do superávit primário está acima das expectativas e, portanto, o governo precisa executar o Orçamento e promover as obras, realizar os convênios e liberar os recursos". Aldo também afirmou que a meta de crescimento pode ser superada.

Comércio exterior
Durante a reunião ministerial, a Secom (Secretaria de Comunicação de Governo) divulgou dados do Itamaraty e do Ministério do Desenvolvimento segundo os quais houve crescimento "muito acima da média" das exportações para os países visitados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Os dados mais fortes foram sobre o Oriente Médio. Comparando o primeiro trimestre deste ano com igual período do ano passado, houve aumento das exportações para Kuait, Iêmen, Bahrein, Jordânia, Catar e Síria. No caso da Síria, as vendas passaram de US$ 8 milhões para US$ 70 milhões.
O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, afirmou que o exercício de humildade pedido por Lula tem de ser feito todo dia, porque o Brasil tem ganhado cada vez mais importância no cenário internacional. "No âmbito da OMC [Organização Mundial do Comércio], por exemplo, não há nenhuma reunião de quatro ou cinco países sem a participação do Brasil."
Amorim disse ter mencionado na reunião que acabava de chegar da Guiana, "mostrando que, às vezes, a política externa não é feita só de momentos espetaculares".
(WILSON SILVEIRA E GABRIELA ATHIAS)


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