São Paulo, domingo, 05 de junho de 2005

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PAINEL

Pão e água
Reunido com Antonio Palocci (Fazenda) e Aldo Rebelo (Coordenação Política) para discutir a liberação de emendas parlamentares, Lula foi taxativo: não quer que seja dado "um centavo" aos petistas que assinaram o pedido da CPI dos Correios.

Dá na mesma
Na lista dos que ficarão à míngua, Lula incluiu os parlamentares que não assinaram a CPI, mas fazem discurso a favor.

Afasta de mim
Antonio Palocci queixou-se a Renan Calheiros dos efeitos do rumor de que teria assumido a coordenação política do governo. Em menos de duas horas, o ministro da Fazenda foi procurado por quatro deputados.

Sou brasileiro...
Severino Cavalcanti (PT-PE) avisou a ministros e parlamentares que está prontinha a emenda para prorrogar os mandatos de Lula, dos governadores e de senadores e deputados até 2008.

...e não desisto nunca
No plano do presidente da Câmara, falta apenas incluir um dispositivo permitindo sua reeleição e a de Renan Calheiros (PMDB-AL) para as presidências do Legislativo federal. Quase ninguém acredita que a idéia da prorrogação vingue, mas o deputado segue determinado.

Fenda profunda
Para um veterano de campanhas presidenciais, está em marcha o processo de "venezuelização" do eleitorado brasileiro. De acordo com essa análise, os ricos e a classe média abandonarão Lula progressivamente. A maioria pobre, porém, continuará com ele por um bom tempo.

Aposta no contraste
Geraldo Alckmin aproveita o Dia do Meio Ambiente, hoje, para assinar decretos que inibem a entrada de madeira ilegal da Amazônia em SP. Por tabela, o presidenciável tucano lembrará das más notícias acumuladas pelo governo Lula nessa área.

Bilhete premiado
Em meio à agenda negativa da semana, pelo menos um ministro saiu feliz de reunião com Lula. Alfredo Nascimento (Transportes) conseguiu do presidente o sinal verde para um crédito suplementar de R$ 380 mi.

Pista dupla
Na previsão do Ministério dos Transportes, com os R$ 380 mi será possível concluir as obras de duplicação das rodovias Fernão Dias, Régis Bittencourt, BR-50 (Uberaba-Uberlândia) e BR-60 (Goiânia-Brasília).

Time escalado
Em recente reunião com um grupo seleto de ministros para discutir a MP do Bem, que desonera exportações, Lula brincou: "Desta vez a bancada da produção venceu". Quando lhe perguntaram quem faria parte dela, não titubeou: "Eu e o Furlan".

Caso encerrado
A cúpula do governo não enxerga a mais remota possibilidade de acolher a proposta do MEC de perdoar parte das dívidas dos Estados em troca de investimentos em educação.

Acordo bilateral
A articulação da candidatura de João Sayad para a presidência do Banco Interamericano de Desenvolvimento passa, acredita o governo, por um entendimento com a Argentina. O país vizinho ficaria com a vice e uma das diretorias do BID em troca do apoio ao brasileiro.

Limonada sem açúcar
Para elevar as chances de sucesso da candidatura de Sayad, seus apoiadores dentro do governo entregaram a Lula uma tarefa ingrata: passar a mão no telefone para bater um papo com o colega Néstor Kirchner.

TIROTEIO

Do líder da minoria na Câmara dos Deputados, José Carlos Aleluia (PFL-BA), sobre a possibilidade de o presidente do Senado optar por uma "via rápida" para ajudar o governo Lula a enterrar a CPI dos Correios:
-Renan Calheiros perderá o respeito de seus pares no Senado se decidir, ao arrepio do regimento, que o parecer do relator da CCJ alegando inconstitucionalidade do pedido de investigação pode ser submetido ao plenário apenas da Câmara. Seria decretar a hegemonia de uma Casa sobre a outra.

CONTRAPONTO

Instante de disciplina

Governo e oposição travaram duelo na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, quarta-feira, por conta de requerimentos do tucano Arthur Virgílio (AM) pedindo informações sobre gastos de cartões de crédito corporativos do Planalto.
Os governistas tentaram, sem sucesso, impedir a votação dos requerimentos. Depois de algumas horas, o presidente da CCJ, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), deu início à consulta.
Durante boa parte da discussão, Eduardo Suplicy (PT-SP) estava falando ao telefone celular. Por isso, ficou confuso quando foi chamado a votar.
À sua frente, o líder do governo, Aloizio Mercadante (PT-SP), virou-se e orientou:
-Vota contra, vota contra!
Suplicy, que assinara o requerimento da CPI dos Correis, acatou. E ACM não deixou barato:
-Vossa Excelência agora ficou obediente, senador?

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