DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O fenômeno se repete desde a posse de Luiz Inácio Lula da Silva, em 1º de janeiro de 2003: em todas as pesquisas do Datafolha a curva de aprovação do governo descreve uma trajetória muito parecida à registrada no primeiro mandato (1995-1998) de seu antecessor, Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
Agora, Lula está com 35% de aprovação para seu governo. Em 18 de junho de 1997, com dois anos e cinco meses e meio de mandato, FHC pontuou 39% num levantamento do Datafolha.
Como a margem de erro das duas pesquisas é de dois pontos percentuais, Lula pode ter hoje o mesmo que FHC teve no mesmo período em seu primeiro mandato -se o petista estiver no seu limite máximo e o tucano, no mínimo. "Apesar das conjunturas serem totalmente diferentes, as taxas de fato são muito próximas", diz o diretor-geral do Datafolha, Mauro Paulino.
Durante o primeiro mandato do tucano, o real tinha uma cotação quase fixa em relação ao dólar. A classe média teve um aumento do seu padrão de vida. Agora, o câmbio não é fixo, mas o Brasil ainda vive o rescaldo do alto crescimento da economia em 2004, quando o PIB (Produto Interno Bruto) aumentou 4,9%.
Outra coincidência é que tanto Lula como FHC começaram a enfrentar dificuldades econômicas mais profundas no mesmo período, da metade para o final de seus mandatos.
O Datafolha pergunta aos entrevistados regularmente se o governo federal hoje é melhor, igual ou pior do que anterior. Em dezembro, 54% dos pesquisados diziam que Lula fazia uma administração melhor do que a de FHC. Agora, o percentual recuou para 47% -a pior marca desde a posse. (FR)

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