São Paulo, terça-feira, 05 de junho de 2007

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Conselho deve adiar de novo análise do caso Renan

Alegação será a falta de tempo para examinar papéis entregues pela defesa

Os documentos, recebidos pelo corregedor do Senado, só devem ser distribuídos aos integrantes do Conselho de Ética da Casa amanhã


DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Conselho de Ética do Senado deve adiar mais uma vez a decisão de abrir processo contra o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), por indícios de quebra do decoro parlamentar. Na sessão de amanhã os integrantes do órgão devem alegar que precisam de tempo para analisar os documentos apresentados pela defesa.
Renan encaminhou extratos bancários e declarações do Imposto de Renda para o corregedor do Senado, Romeu Tuma (DEM-SP) na última quarta-feira, mas esses documentos só devem ser distribuídos para os membros do conselho amanhã. Assim, a decisão deve ficar para a próxima semana.
"O mais racional é socializar os documentos e, quando voltar, ter um parecer baseado em fatos", disse o presidente do conselho, Sibá Machado (PT-AC). "É difícil tomar decisão sem analisar as provas", disse Heráclito Fortes (DEM-PI).
Renan apresentou seus extratos bancários e declarações de renda para provar que os R$ 12 mil pagos a Mônica Veloso, com quem tem uma filha, eram seus e não do lobista Cláudio Gontijo, da Mendes Júnior, que fazia os pagamentos.
Os papéis mostrariam que Renan tinha condições financeiras de arcar com essa despesa, mas não que o dinheiro saiu da sua conta. Ele alega que não tem como comprovar o pagamento da pensão informal porque, casado, mantinha uma relação sigilosa com a jornalista.
Tuma deve ouvir Gontijo hoje à tarde e pediu à Receita uma perícia para comprovar a autenticidade dos documentos. A sessão do conselho deve ser aberta com um parecer do corregedor. Tuma já afirmou estar disposto a absolver Renan.
Essa também parece ser a vontade de seus pares. "Não sei se ele [Tuma] concluirá os trabalhos até quarta-feira [amanhã]", disse José Agripino (DEM-RN). "Não vi nenhuma acusação documentada", disse Epitácio Cafeteira (PTB-MA).
Pelo regimento do Senado, Tuma não tem a prerrogativa de fazer uma investigação preliminar à do conselho. A função da Corregedoria é apurar atos cometidos nas dependências da Casa. (FERNANDA KRAKOVICS)


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