|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Conselho deve adiar de novo análise do caso Renan
Alegação será a falta de tempo para examinar papéis entregues pela defesa
Os documentos, recebidos pelo corregedor do Senado, só devem ser distribuídos aos integrantes do Conselho de Ética da Casa amanhã
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Conselho de Ética do Senado deve adiar mais uma vez a
decisão de abrir processo contra o presidente da Casa, Renan
Calheiros (PMDB-AL), por indícios de quebra do decoro parlamentar. Na sessão de amanhã
os integrantes do órgão devem
alegar que precisam de tempo
para analisar os documentos
apresentados pela defesa.
Renan encaminhou extratos
bancários e declarações do Imposto de Renda para o corregedor do Senado, Romeu Tuma
(DEM-SP) na última quarta-feira, mas esses documentos só
devem ser distribuídos para os
membros do conselho amanhã.
Assim, a decisão deve ficar para
a próxima semana.
"O mais racional é socializar
os documentos e, quando voltar, ter um parecer baseado em
fatos", disse o presidente do
conselho, Sibá Machado (PT-AC). "É difícil tomar decisão
sem analisar as provas", disse
Heráclito Fortes (DEM-PI).
Renan apresentou seus extratos bancários e declarações
de renda para provar que os R$
12 mil pagos a Mônica Veloso,
com quem tem uma filha, eram
seus e não do lobista Cláudio
Gontijo, da Mendes Júnior, que
fazia os pagamentos.
Os papéis mostrariam que
Renan tinha condições financeiras de arcar com essa despesa, mas não que o dinheiro saiu
da sua conta. Ele alega que não
tem como comprovar o pagamento da pensão informal porque, casado, mantinha uma relação sigilosa com a jornalista.
Tuma deve ouvir Gontijo hoje à tarde e pediu à Receita uma
perícia para comprovar a autenticidade dos documentos. A
sessão do conselho deve ser
aberta com um parecer do corregedor. Tuma já afirmou estar
disposto a absolver Renan.
Essa também parece ser a
vontade de seus pares. "Não sei
se ele [Tuma] concluirá os trabalhos até quarta-feira [amanhã]", disse José Agripino
(DEM-RN). "Não vi nenhuma
acusação documentada", disse
Epitácio Cafeteira (PTB-MA).
Pelo regimento do Senado,
Tuma não tem a prerrogativa
de fazer uma investigação preliminar à do conselho. A função
da Corregedoria é apurar atos
cometidos nas dependências
da Casa.
(FERNANDA KRAKOVICS)
Texto Anterior: Pai de juíza é investigado por remessa ilegal Próximo Texto: Deputados tentam assinaturas que faltam para CPI da Navalha Índice
|