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REFORMA
Texto permite que quem já trabalha escolha entre regra permanente ou de transição na hora de se aposentar
Economia da Previdência pode cair 40%
VIVALDO DE SOUSA
da Sucursal de Brasília
A decisão do
governo de
manter na reforma da Previdência a possibilidade de
quem está no
mercado de trabalho optar pelas regras de transição ou pelas novas regras para se
aposentar vai reduzir em até 40% a
economia do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).
Se a reforma for promulgada em
julho, a economia até dezembro
deverá ficar em R$ 420 milhões e
não mais em R$ 700 milhões. Em
1998, a redução de despesas deverá
ficar em R$ 1,9 bilhão e não em R$
3,3 bilhões, conforme estimativa
inicial feita pelos técnicos do Ministério da Previdência.
Depois que a oposição conseguiu derrubar a exigência de idade
mínima para os futuros trabalhadores do setor privado, o trabalhador que optar pelas novas regras
terá de comprovar só tempo de
contribuição (30 anos para as mulheres e 35 anos para os homens)
para ter direito à aposentadoria.
Como a emenda garante a quem
já está trabalhando o direito de optar por quais regras quer se aposentar, a maioria deve escolher as
novas, porque estarão livres da
exigência de idade mínima. Essa
possibilidade vai beneficiar apenas quem pedir benefício integral.
Isso significa que quem já trabalha poderá se aposentar antes dos
53 anos (homens) e 48 anos (mulheres), idades fixadas nas regras
de transição. O governo manteve a
possibilidade de opção da emenda
para facilitar a votação, mas pretende alterar a regra em 1999.
A aposentadoria proporcional
aos 30 anos para os homens e aos
25 anos para as mulheres será extinta no novo sistema. Quem já está trabalhado tem direito a esse benefício, mas terá de se enquadrar
nas regras de transição. Ou seja,
deverá ter a idade mínima exigida
e trabalhar um tempo adicional.
No caso dos homens, a idade mínima exigida para a aposentadoria
proporcional será de 53 anos. Para
as mulheres, essa idade será de 48
anos. As regras de transição prevêem ainda que o tempo de trabalho adicional será de 40% do tempo necessário para ter direito ao
benefício na data da promulgação.
O secretário-executivo do Ministério da Previdência, José Cechin, disse à Folha que, apesar
dessa queda na redução de gastos,
a aprovação da emenda é importante para reduzir o déficit. No mínimo, afirmou ele, será exigido
um tempo adicional para as aposentadorias proporcionais.
Cechin estima que 80% das aposentadorias concedidas hoje são
proporcionais. Com as regras de
transição, essas pessoas terão de
trabalhar mais tempo. "Nossa estratégia foi correta porque foram
aprovadas regras mais rígidas para
o setor público", afirmou.
Em dez anos, as regras de transição e a idade mínima devem gerar
economia de R$ 23,41 bilhões para
a União e de R$ 33,48 bilhões para
os Estados e os municípios. O cálculo é do economista Francisco
Oliveira, do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).
Se as regras de idade mínima valessem integralmente para os trabalhadores do setor privado, o
INSS poderia economizar R$ 42,18
bilhões em dez anos.
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