São Paulo, quarta-feira, 05 de julho de 2006

Próximo Texto | Índice

PAINEL

Vera Magalhães (interina) @ - painel@uol.com.br

Papel passado

O PMDB sela na próxima segunda-feira, com pompa e cara de adesão "oficial", seu apoio a Luiz Inácio Lula da Silva. O "noivado" acontece amanhã, na Granja do Torto, só com os interlocutores mais antigos, Renan Calheiros e José Sarney à frente. Seria um jantar, mas compromissos regionais dos caciques dificultaram a agenda. Devem se encontrar à tarde, para definir os termos do manifesto de apoio à reeleição.
Na segunda, no lançamento do Movimento Pró-Lula, será entregue o documento, que terá chancela, segundo cálculo dos governistas, de 16 a 21 diretórios. O texto falará logo de cara em "governo de coalizão", como forma de marcar o compromisso de maior participação peemedebista num eventual segundo mandato.

O eleito. O PT indicou Luiz Marinho (Trabalho) para a estratégica vaga de coordenador da campanha de Lula em São Paulo. O ministro topa e se dispõe a se licenciar do cargo. Só falta o aval do presidente.

Caixa preta. O Ministério da Defesa invocou "riscos à segurança do Estado" para negar informações a respeito da reforma e da manutenção do Aerolula, pedidas pelo deputado Antonio Carlos Pannunzio (PSDB-SP).

Letra morta. A presença de assessores do Planalto na reunião da campanha reeleitoral contraria circular distribuída há duas semanas pelo PT. "Atividades não devem ser realizadas em horário de trabalho", afirma o texto.

Salto alto. Aliados de José Serra e Aécio Neves dizem que, ao defender a reeleição ontem na TV, Geraldo Alckmin quebrou a palavra. "Depois de subir um pouco nas pesquisas, ele já começa a colocar as asinhas de fora", diz um cacique tucano.

Agenda cheia. Alckmin conta com uma caravana de dois dias a cidades-pólo de Minas como forma de herdar votos de Aécio. Ontem, aliados do governador diziam que a viagem subiu no telhado.

Cola. Os grupos encarregados do plano de governo de Alckmin terão tarefas semanais: elaborar notas técnicas para o presidenciável sobre temas em pauta. É uma forma de refutar a crítica de que falta "conteúdo" à campanha.

Pires. O candidato tucano ao governo do Rio, Eduardo Paes, visitou ontem o QG de campanha de Alckmin. Relatou dificuldades em obter recursos e insinuou um pedido de ajuda. A resposta, por ora, é que o cobertor é curto.

Vazou. Além de João Caldas (PL-AL) e Nilton Capixaba (PP-RR), integram a lista dos denunciados pela Procuradoria no caso dos sanguessugas os deputados Elaine Costa (PTB-RJ), Benedito Dias (PP-AP), Vanderlei Assis (PP-SP), Isaías Silvestre (PSB-MG), João Mendes (PSB-RJ) e Iris Simões (PTB-PR).

Tarde demais. Juntamente com os 15 primeiros nomes dos investigados no esquema das ambulâncias, a presidente do Supremo, Ellen Gracie, mandou uma carta à CPI apelando contra o vazamento em nome das "boas relações" entre os Poderes.

Saudosista. Aloizio Mercadante não dará início à sua campanha ao governo na capital. Amanhã, vai a Santos, cidade onde nasceu, para visitar amigos antigos em busca de um tom mais emotivo para largada da disputa paulista.

Nova direção. Hamilton Lacerda, vereador de São Caetano, substituirá Chico Macena, vereador da capital, na coordenação dos programas de TV de Mercadante. Lacerda deixou de se candidatar a deputado estadual para se dedicar só à campanha.

Caravelas. Cesar Maia, agora, anuncia o lançamento do "blog de Pero Vaz de Caminha", com "novas cartas a Cabral". Trata-se de provocação a Sérgio Cabral, candidato do PMDB ao governo do Rio.

Tiroteio

Um fingiu não ver vampiros na Saúde. Outro fingiu não ver o PCC em São Paulo. Agora, fingem não usar a máquina a seu favor.


Do deputado LUCIANO ZICA (PT-SP), sobre José Serra, que no domingo agiu como se ainda fosse prefeito em evento de sua candidatura ao governo, e Geraldo Alckmin, que recebeu secretários estaduais em horário de expediente para discutir sua candidatura presidencial.

Contraponto

Só uma coisinha

No início do ano, a ex-primeira-dama da França Dani- elle Mitterrand visitou Conceição do Mato Dentro para apoiar a criação da Reserva da Biosfera do Espinhaço, a convite do prefeito da cidade, José Fernando de Oliveira.
À noite, foi recebida num jantar típico, com tutu, leitão, quiabo com angu e outras iguarias da comida mineira.
Ao ver a mesa preparada pelos anfitriões, entre eles o prefeito, orgulhoso por servir "um banquete", a viúva de François Mitterrand não se vexou em cobrar:
-E as torradas? Não temos torradas?
Assessores de Oliveira saíram correndo para achar, noite adentro, alguma padaria aberta na pequena cidade.


Próximo Texto: Lula usará avião da FAB para fazer campanha nos Estados
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.