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SÃO PAULO
Ministério Público denuncia Pitta à Justiça por corrupção
ENVIADA ESPECIAL A BRASÍLIA
O Ministério Público Federal de São Paulo denunciou ontem o ex-prefeito
paulistano Celso Pitta (PTB)
pelos crimes de lavagem de
dinheiro (duas vezes), formação de quadrilha, evasão
de divisas e corrupção. As penas para estes crimes vão de
11 a 41 anos de detenção.
Pitta, que governou a capital paulista entre 1997 e
2000, vinha sendo investigado junto com seu antecessor,
Paulo Maluf (PP). Para a Procuradoria e para a Polícia Federal, eles participaram de
esquema de desvio de dinheiro de obras públicas, remessa ilegal de verbas para o
exterior e ocultação de bens.
No mês passado, US$ 1 milhão atribuídos a Pitta no exterior retornaram ao Brasil e
estão à disposição da Justiça.
O Ministério Público acredita que ele tenha movimentado outros US$ 63 milhões
em paraísos fiscais. Maluf,
padrinho político de Pitta, é
réu em processos penais pelos mesmos crimes. No caso
de Pitta, a Justiça Federal
ainda precisa aceitar a denúncia para que seja aberta
ação penal. Maluf e Pitta, que
disputarão vagas na Câmara,
negam as acusações.
As suspeitas contra Pitta
estão baseadas em documentos enviados pela Suíça e
pelos EUA ao Brasil. De acordo com papéis internacionais, Pitta manteve pelo menos três contas no exterior
não-declaradas no Brasil, todas com nomes fictícios, como Diderot, usado em conta
no Commercial Bank de NY
(atual Banco Safdié S.A), entre 1993 e 1997.
Para o procurador Rodrigo
de Grandis, autor da denúncia, e para o promotor Sílvio
Marques, que abriu ação
contra Pitta por enriquecimento ilícito, as contas de
Pitta e de Maluf foram abastecidas com dinheiro do erário.
(LC)
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