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Suplente "some" e pode assumir em 90 dias
Também alvo de denúncias, Gim Argello, que já foi um dos políticos mais próximos ao ex-governador, não é localizado por aliados
Grupo ligado a Roriz cogitou renúncia coletiva, mas não localizou o suplente; ele é investigado por prejuízo de R$ 1,7 mi na Câmara do DF
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Acusado de causar um prejuízo de R$ 1,7 milhão à Câmara
Legislativa do Distrito Federal,
entre outras pendências com a
Justiça, o primeiro-suplente de
Joaquim Roriz, Gim Argello,
não renunciou juntamente
com o peemedebista, como era
cogitado. Com isso, ele tem prazo de 60 dias, renováveis por
mais 30, para assumir a vaga de
senador até janeiro de 2015.
Segundo aliados de Roriz, Argello -um dos vice-presidentes
nacionais do PTB- "desapareceu" nos últimos dias. Ele é
apontado pelos aliados do agora ex-senador como o responsável por afirmar à revista "Veja" que Roriz usou o dinheiro
do cheque para comprar juízes
do Tribunal Regional Eleitoral
do Distrito Federal.
Argello é um antigo aliado de
Roriz, mas a relação entre os
dois teria se estremecido nos
últimos dias. Sempre de acordo
com aliados do peemedebista,
Argello foi procurado sem sucesso para assinar a renúncia
coletiva -de Roriz, de Argello,
e do segundo-suplente, Marcos
de Almeida Castro-, o que levaria a novas eleições para o
preenchimento da vaga.
A Folha ouviu de um aliado
de Roriz a frase de que Argello
"não dura 30 dias no Senado", o
que dá a entender que, se não
houver um acerto entre os dois,
Roriz e seus aliados podem
municiar a imprensa com denúncias de irregularidades
contra seu ex-aliado.
Levantamento da Folha em
tribunais e órgãos públicos
mostra que Argello tem pendências com a Receita, responde a pelo menos seis processos
ou inquéritos civis e criminais,
foi acusado em 2002 de receber 300 lotes como propina,
além de responder a processo
pelo suposto prejuízo de R$ 1,7
milhão à Câmara do DF na
época em que presidiu a Casa
-ele cumpriu dois mandatos
(1998 a 2006).
Ele teve aberto contra si uma
ação civil pública e um processo no Tribunal de Contas do
DF -ainda não julgados definitivamente- sob a suspeita de
que estabeleceu contrato de informática para a Casa que causou o prejuízo aos cofres públicos. A suspeita é que a Câmara
do DF tenha pago, pelo aluguéis de computadores, um valor mais alto do que pagaria pela sua aquisição.
Advogado de Argello, Paulo
Goyaz disse que a acusação de
desvio de recursos da Câmara
não procede, já que os órgãos
técnicos da Casa teriam aprovado a licitação para o aluguel
dos equipamentos.
Argello também responde a
inquérito sigiloso no Tribunal
Regional Federal da 1ª Região
sob a suspeita de crime contra
o sistema financeiro nacional.
Acordo
Apesar da aparente divergência entre o ex-senador e seu suplente, há relato de que os dois
podem se acertar em uma combinação que teria o objetivo de
reconduzir Roriz ao seu mandato. Isso se daria da seguinte
forma: Argello assumiria o
mandato em algumas semanas
e, se a investigação contra Roriz
na Procuradoria Geral da República não resultar em nada,
Argello renunciaria, medida
que seria seguida pelo segundo-suplente, fiel a Roriz. Isso levaria a novas eleições.
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