DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA

O ex-tucano Sérgio Machado (PMDB), 55, procura mostrar, em seu discurso, os pontos de discordância com o atual governo.
A seguir, os principais trechos da entrevista que Machado concedeu por telefone.

 

Agência Folha - O que o fez ir para a oposição?
Sérgio Machado - Desde 90 divirjo da escolha do projeto de desenvolvimento. Eu participei de todo o primeiro governo, quando a gente fez a reforma do Estado e o ajuste das contas. A partir daí tinha que se fazer o avanço do modelo de desenvolvimento, e a minha visão é completamente diferente do que está sendo feito, em que o interior está esvaziado.
O dinheiro entra no Ceará e sai, a renda do cearense está indo embora, temos a terceira concentração de pobreza do Brasil.

Agência Folha - Mas o sr. saiu do PSDB há pouco tempo (em maio).
Machado - O PSDB do Ceará não queria nem que eu fosse líder [do partido no Senado".

Agência Folha - O sr., por ter participado do governo Tasso desde o início, pode ser considerado como uma continuação desse projeto?
Machado - Não, de forma alguma. Nunca deixei a conveniência vencer minhas idéias. Por ter participado da construção dos alicerces é que tenho condição de criticar e acreditar no meu modelo.

Agência Folha - Seus ex-aliados afirmam que o sr. saiu do partido por ter insistido, sem êxito, em ser candidato ao governo.
Machado - Quantos saíram já do grupo? O Ciro hoje está no PPS por quê? O Moroni [Torgan, do PFL], o Welington [Landim, do PSB], eu, vários outros, será que saíram também por causa disso?

Agência Folha - Também dizem que o sr. estaria sendo privilegiado com verbas federais.
Machado - Quem teve o governo federal o tempo todo foi o governo do Estado. Agora, do dinheiro que vem para melhorar a vida do cearense eu não vou atrás de quem é o padrinho.


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