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Condenado apresenta outra versão
DA SUCURSAL DO RIO
Alcino João do Nascimento
passou 21 anos e oito meses na cadeia por ter dado dois tiros no
major Rubens Vaz. Hoje, aos 82,
vive na Baixada Fluminense. Localizado pela Folha, não quis dar
uma entrevista, mas falou rapidamente por telefone sobre o crime.
Ele confirma o que disse no livro-depoimento "Mataram o Presidente", de 1978: estava na rua
Tonelero procurando colher informações sobre Carlos Lacerda,
"fazendo uma sindicância", já que
fora contratado para seguir o jornalista. "Eu não fui ali para matar
Lacerda. Eles disseram que eu era
pistoleiro, mas não é nada disso",
afirma ele, que estaria usando
uma arma calibre 45 das Forças
Armadas porque seu 38 quebrara.
Ao se aproximar da traseira do
carro de Vaz para ver a placa, teria
sido abordado pelo major. Na briga, atirou duas vezes. "Eu fui agredido, atirei. Mas acontece que a
causa mortis foi o [tiro] do Lacerda. Tentando acertar em mim,
acertou no major", afirma.
No IPM, Alcino confirma que
atirou em Lacerda, mas hoje nega
tudo: "Aquele inquérito foi inventado. Não assinei nem confessei
nada". Perguntado se teria sido
torturado, diz que sim. "Ninguém
sofreu mais do que eu." Alcino diz
que fará novas revelações, em outro livro. Ele não fala em arrependimento: "Não tenho esse remorso não. Aconteceu. Mas culpa eu
não tenho. Acho que não. Não fui
para matar ninguém", afirma.
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