São Paulo, domingo, 05 de agosto de 2007

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Painel

RENATA LO PRETE painel@uol.com.br

Não cansei

Está para ser lançado um novo contra-ataque ao movimento "Cansei", desta vez na seara empresarial. O Palácio do Planalto articula a confecção de um manifesto de representantes do setor produtivo a favor do governo, para se contrapor à iniciativa de empresários como João Dória Jr. em parceria com a OAB-SP.
O encarregado de colocar em pé o manifesto é o ministro da coordenação política, Walfrido dos Mares Guia, que recrutará apoios por meio do chamado "Conselhão". O documento deve ser apresentado na próxima reunião do grupo, ainda neste mês. Assessores como o marqueteiro João Santana levaram a Lula a avaliação de que o "Cansei", até pelo nome, tende a ser percebido como um agrupamento de "dondocas", e que por isso "pega bem" tê-lo como opositor.

Alô. José Serra ligou para Lula na sexta. Na esteira da paralisação dos metroviários, encerrada depois que a Justiça considerou-a abusiva, o governador queria saber como anda o projeto para regulamentar greves do funcionalismo federal. Ficaram de conversar de novo após a visita do presidente à América Central.

Vestibular. Proposta do DEM para pôr fim à esculhambação nas sabatinas de diretores da Anac e demais agências: sessão de no mínimo duas horas, três argüidores especialistas e a obrigação de os indicados responderem a todas as perguntas. O mandato continuaria de cinco anos, mas com necessidade de nova sabatina depois de três.

Mix. De um observador da cena aérea nacional, sobre a empresa líder do setor: "A TAM pratica capitalismo selvagem com tapete vermelho".

Na sombra. Boletim de análise de mídia feito pela Secretaria de Comunicação do Senado diz que em julho, com a tragédia em Congonhas, a Casa perdeu para o Executivo o posto de "instituição principal da notícia", que ocupara em junho graças à dupla Renan e Roriz. Em números: 37,1% do espaço para o governo; 34,6% para o Senado.

No sol. No que depender do governo, já refeito do primeiro impacto do acidente da TAM, o refresco do presidente do Senado está prestes a acabar. "O foco se volta agora para o Renan", vaticina, aliviado, um ministro de Lula.

Memória. A Assembléia Legislativa de São Paulo realiza amanhã, às 20h, sessão solene em homenagem a Octavio Frias de Oliveira "pela obra realizada em prol do jornalismo brasileiro". Publisher da Folha, ele morreu em 29 de abril passado aos 94 anos.

Reinações 1. Um projeto de lei do barulho está no forno da CCJ da Câmara. Ele retira da Justiça Eleitoral a administração das urnas eletrônicas, transferindo-a para uma "Comissão de Automação Eleitoral do Congresso".

Reinações 2. A idéia de deixar o processo de votação aos cuidados dos próprios políticos surgiu em subcomissão da CCJ integrada, entre outros, por Paulo Maluf (PP-SP) e Geraldo Magela (PT-DF).

Pastel de vento. A nova tentativa de votação da reforma política, com que a Câmara reabre os trabalhos, deve ser o enésimo tiro n'água, apostam líderes e vice-líderes do governo. "Já viu votar alguma coisa sem combinar antes? Não teve nem reunião para discutir isso", diz um deles.

Piso. O novo corregedor da Justiça Federal em SP, André Nabarrete, determinou que os magistrados produzam no mínimo 30 sentenças por mês em ações cíveis. A Ajufe, que reúne a categoria, recorreu ao Conselho da Justiça Federal. Alega que a medida invade a independência dos juízes.

Teto. Nabarrete assumiu o cargo por ordem do STF, que afastou o antecessor, Peixoto Júnior, eleito indevidamente. Como pertence a grupo minoritário na disputa de poder no tribunal, sua decisão corre o risco de ser derrubada pelo Conselho da Justiça Federal.

Tiroteio

É mesada voadora, boi voador e, agora, documento voador. Com tanta experiência no assunto, Renan bem poderia ajudar o governo a resolver a crise aérea.


Da senadora KÁTIA ABREU (DEM-TO) sobre o nebuloso assalto no qual foram levados documentos do frigorífico Mafrial, citado pelo presidente da Casa como intermediário da venda de gado de suas fazendas.

Contraponto

Dia de sorte

Durante um dos sorteios de moradias populares que realizou em seu período como governador, entre 1995 e 2001, Mário Covas avistou um homem, no meio da platéia, com um boné do Santos. Torcedor fanático do time da Vila Belmiro, o tucano se entusiasmou ao microfone:
-Ali atrás está a pessoa mais bonita da cidade!
O homem foi logo levado para perto do palco, onde o governador iniciava o sorteio. Retirada a primeira senha, ninguém acreditou: o premiado era justamente o santista!
-Vão achar que é armação...-, disse Covas, receoso.
Mas seus assessores foram rápidos: puxaram aplausos antes que a platéia pudesse esboçar qualquer reclamação.


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