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Crise na aviação muda agenda do Congresso
Prorrogações da CPMF e da DRU iriam monopolizar o semestre, mas acidente coloca na pauta mudança nas agências
Aliados do governo tentam minimizar efeitos do processo contra Renan, mas oposição diz que só vota as matérias depois de encerrado o caso
FÁBIO ZANINI
FERNANDA KRAKOVICS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O acidente aéreo da TAM
mudou a agenda do Congresso
Nacional, que se encaminhava
para um segundo semestre monopolizado pela prorrogação da
CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) e da DRU (Desvinculação de Receitas da União).
Os dois temas continuam
fortes na pauta, mas o Congresso terá outras prioridades no
início do semestre.
A lei das agências reguladoras é uma delas. A expectativa é
que seja votada neste mês, impulsionada pelos discursos
contra a Agência Nacional de
Aviação Civil. A oposição e alguns governistas tentarão incluir uma medida para possibilitar a demissão de diretores,
que têm mandato fixo.
Na Câmara, o semestre terá
um rescaldo da reforma política, que ficou pela metade antes
do recesso. Apesar da derrota
nas medidas principais (listas
partidárias e financiamento
público exclusivo), a fidelidade
partidária deve ser aprovada.
Em setembro, o governo promete tentar votar a reforma tributária, mas o sucesso da empreitada é, no mínimo, incerto.
"Sem chance", resume o líder
do DEM, Onyx Lorenzoni (RS).
Haverá uma agenda de reformas microeconômicas, coordenadas pelo deputado e ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci. São três os projetos: um
para criar um "cadastro positivo" para pessoas físicas e jurídicas, em que o atraso num pagamento poderá ser compensado
por um histórico de pagamentos em dia; a criação de um sistema de normas para empresas
compatível com modelos internacionais; e a reforma do sistema de defesa da concorrência.
Entra na pauta também o
projeto que cria fundações públicas de direito privado.
Quanto à CPMF e à DRU, paradas na Câmara, a prorrogação é considerada essencial pelo governo, que não quer abrir
mão da receita -no caso do imposto do cheque, são R$ 32,5 bilhões por ano. Os instrumentos
expiram em dezembro.
Outra matéria que deve ter
primazia é a emenda constitucional que altera os critérios
para pagamento de precatórios
(dívidas que União, Estados e
municípios têm de pagar por
decisão judicial), que deixariam de ser por ordem cronológica -pleito dos governadores.
O Senado quer concluir a votação do pacote de segurança
pública. Foram votados primeiro semestre 20 projetos
que modificam a legislação penal e reformam o sistema penitenciário. Entre as propostas
que dependem de votação em
plenário está a emenda constitucional que reduz a maioridade penal de 18 para 16 anos.
No curto prazo, o Senado se
empenha para votar na terça
projeto de lei que muda dispositivos do Supersimples. Na lista de prioridades, ainda estão
os projetos que integram o PAC
(Programa de Aceleração do
Crescimento).
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