São Paulo, terça-feira, 05 de agosto de 2008

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Delegado teve estrutura da PF, diz Tarso

DA REPORTAGEM LOCAL

O ministro da Justiça, Tarso Genro, afirmou ontem que a cúpula da Polícia Federal deu toda a estrutura necessária para a Operação Satiagraha, que prendeu o banqueiro Daniel Dantas. Se o inquérito eventualmente não alcançar sua finalidade, disse, não foi por falta de policial. "Quem sabe teve algum vício de origem."
A afirmação é uma resposta ao delegado Protógenes Queiroz que, depois de quatro anos investigando, foi afastado do caso pela direção da PF. Ao Ministério Público o policial afirmou que não recebeu reforço de equipe, como havia solicitado, e que a cúpula da polícia tentou obstruir a investigação.
"Segundo informações, ele [Protógenes] dizia que não informava a seus superiores nem sobre o estágio da investigação, pois não tinha confiança se eles dariam força para o caso. Se não informava, como é que a cúpula iria saber que estava faltando policial?", afirmou Tarso. Segundo o ministro, quando pediu o reforço, o delegado foi atendido de "imediato".
Uma conversa telefônica entre Protógenes e um diretor da PF em Brasília revelou que a cobrança por mais policiais foi feita um dia após o início da operação e sete dias antes da reunião em que foi definida a saída do delegado.
O presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, se defendeu ontem das insinuações de que teria interesse na soltura de Dantas. "Quem eventualmente defende a observância dos direitos fundamentais não está assumindo a defesa da corrupção", afirmou.
Por duas vezes e em menos de dois dias, Mendes concedeu habeas corpus de soltura em favor do banqueiro.


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