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SÃO PAULO
Cacique afirma que candidatura petebista teve "desvio de função" ao atacar PSDB
Por Alckmin, PTB ameaça Cabrera com a expulsão
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL
O vice-presidente nacional do
PTB, Campos Machado, quer a
expulsão do partido de Antonio
Cabrera, candidato ao governo
paulista pela legenda.
Aliado do PSDB em São Paulo,
Campos Machado, deputado estadual e líder do partido no Estado, se diz indignado com Cabrera,
que não tem poupado o governador e candidato à reeleição Geraldo Alckmin (PSDB) em seus programas do horário eleitoral, o que
beneficia diretamente Paulo Maluf (PPB) e José Genoino (PT).
O cacique petebista também
acha que a candidatura de Cabrera tem fugido de um de seus propósitos: dar espaço para o presidenciável Ciro Gomes (PPS) no
maior colégio eleitoral do país e
preparar o terreno para uma
união do presidenciável com
Alckmin caso José Serra (PSDB)
não chegue ao segundo turno.
O PTB -junto do PDT e do
PPS- integra a coligação Frente
Trabalhista, que tem Ciro como
candidato a presidente.
"A expulsão dele [Cabrera" será
inevitável após as eleições", disse
Campos Machado, que classificou o comportamento de Cabrera
como um "desvio de função".
O grupo político de Campos
Machado, majoritário dentro do
PTB, controla a CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano de São Paulo) e
dá sustentação ao governador na
Assembléia Legislativa da capital.
Foi esse grupo que, impedido
pela verticalização de se coligar
com os tucanos, lançou Cabrera
para evitar que a vaga ficasse com
o ex-governador Luiz Antônio
Fleury Filho (PTB), adversário de
Alckmin e próximo a Maluf.
Fleury pretendia lançar sua mulher, Ika, ao governo. Os petebistas, então, deram a vaga a Cabrera, que se diz adversário histórico
de Paulo Maluf. A intenção era
que ele poupasse Alckmin e disparasse contra o pepebista.
Na prática, porém, o que vem
ocorrendo é o contrário, e os tucanos estão descontentes com o
comportamento de Cabrera. Parte deles acredita que ele pode estar
atuando sob orientação de Maluf.
"Os candidatos e partidos têm o
direito de defender o que quiserem, mas os ataques não me parecem uma coisa muito autêntica",
disse João Carlos Meirelles, coordenador da campanha tucana.
Sem o apoio de Campos Machado, que controla quase 90% da legenda em São Paulo, Cabrera dificilmente ficará no PTB e terminará a campanha isolado.
O candidato se disse surpreso
com a ameaça. "Não sou eu quem
está cometendo infidelidade partidária. Tenho trabalhado muito
para o Ciro e, por isso, atacado o
governo do PSDB. Não vou mudar", disse Cabrera. Maluf nega
que esteja ajudando Cabrera.
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