São Paulo, domingo, 05 de setembro de 2004

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Ministros defendem o patriotismo e as iniciativas político-militares

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os ministros José Viegas (Defesa), responsável pela organização do desfile de 7 de Setembro em Brasília, e Aldo Rebelo (Coordenação Política), figura carimbada em eventos militares na capital federal, defendem a iniciativa do Palácio do Planalto de tentar popularizar a Semana da Pátria.
Para Viegas, diplomata de carreira, o objetivo governamental é resgatar uma "tradição de patriotismo" no país. De acordo com ele, "sem dúvida nenhuma", a iniciativa do governo é investir não somente na retomada do patriotismo nacional, mas também na recuperação da auto-estima.
Apesar de considerar que o desfile dos militares "sempre será o momento culminante" do 7 de Setembro, Viegas diz que o objetivo da empreitada tocada pelo governo é incluir a sociedade civil.
"É claro que sempre haverá o desfile militar, e eu acredito que ele sempre será o momento culminante, o momento mais bonito e mais aguardado das comemorações do 7 de Setembro, mas isso [a popularização do desfile] é feito num enfoque que não exclui [os militares]. É, ao contrário, que inclui a sociedade civil", explicou.
Questionado pela reportagem se o investimento governamental no 7 de Setembro seria uma forma de atrelar a festa à figura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro disse: "É um dever do governo fomentar o patriotismo e comemorar de uma maneira sadia, com o patriotismo sadio, a data [da independência] nacional, sem nenhuma conotação político-partidária, absolutamente".
Para o ministro da Coordenação Política, na mesma linha defendida pelo colega Luiz Gushiken (Comunicação de Governo), a manifestação popular deve ser "espontânea", mas "organizada" pela administração federal. "É um esforço para a data mais importante do país. É preciso fortalecer a idéia da independência", afirmou Aldo -apontado como o eventual substituto de Viegas numa próxima reforma ministerial.
De acordo com o ministro, que é do PC do B, historicamente não há nada de novo no fato de os integrantes do atual governo, oriundos em sua maioria de partidos de esquerda, estarem atrelados a iniciativas político-militares, como costuma enfatizar seu colega José Dirceu, chefe da Casa Civil.
"Essas forças populares e militares já estiveram juntas na própria Independência, na abolição [da escravatura], na Revolução de 30. Hoje, quando se retoma um projeto nacional, é natural que as Forças Armadas estejam juntas com o governo federal." (EDS E JD)

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