São Paulo, sábado, 05 de outubro de 2002

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RETA FINAL

De acordo com vice-presidente do PSB, militância do partido não tem número suficiente para atuar no dia da eleição

Garotinho terá boca-de-urna evangélica

MURILO FIUZA DE MELO
DA SUCURSAL DO RIO

LIEGE ALBUQUERQUE
DA REPORTAGEM LOCAL

O candidato do PSB à Presidência, Anthony Garotinho, contará amanhã com uma estrutura nacional de evangélicos para fazer boca-de-urna e tentar levá-lo ao segundo turno.
De acordo com o vice-presidente do PSB, Roberto Amaral, a militância do partido, sozinha, não é suficiente para, em todo o país, fazer o trabalho de convencimento de eleitores na última hora.
"Eles [os evangélicos] não são diferentes de um partido político. Não temos meios de medir quantos farão boca-de-urna, mas serão muitos. É algo espontâneo e fundamental [à candidatura]", afirmou Garotinho à Folha. A Lei Eleitoral proíbe a boca-de-urna.
Sem estrutura para a campanha, boa parte das lideranças do partido que torcia o nariz para o discurso religioso do candidato agora admite que precisará da militância evangélica para fazer frente às equipes numerosas de boca-de-urna dos adversários.
"Não há ninguém mais estruturado do que eles [evangélicos] no Brasil", disse Amaral. Para o coordenador da campanha, Márcio França, o PSB não pode ignorar nenhuma ajuda na boca-de-urna.
Ontem à tarde, em São Paulo, Garotinho participou do encerramento da 56ª Escola Bíblica de Obreiros, da Assembléia de Deus, em São Paulo, que reuniu cerca de 1.500 pastores de todo o Brasil.
Durante o culto, Garotinho voltou a pedir a "multiplicação" de votos dos fiéis no 40 (número do PSB). Pediu, ainda, o "apoio e a vigilância essenciais" na boca-de-urna. Também agradeceu a "fidelidade" dos evangélicos, voltando a dizer que, se eleito, "governará para todas as religiões".
"John Kennedy [presidente dos EUA entre 61 e 63" foi um político que fez um grande governo e era um católico na maior nação evangélica. Qual o problema do contrário?", questionou Garotinho.
Nos últimos 20 dias, o comando da campanha montou uma grande estratégia de massificação da candidatura. Cerca de mil pastores em todo o país foram transformados em "multiplicadores".
Cada pastor ficou obrigado a conquistar 40 eleitores para Garotinho. Os novos "convertidos", por sua vez, receberam a mesma missão, levando adiante a multiplicação dos votos.
A responsável pelos multiplicadores em Belém, Francisca Alves, explicou que cada multiplicador ficará perto das zonas eleitorais, identificado por um adesivo ou camisa com o número 40. "Colas da cédula de votação serão será repassadas ao eleitor evangélico."


Colaborou CHICO DE GOIS, da Reportagem Local



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