São Paulo, sábado, 05 de outubro de 2002

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Garotinho, novo modelo de desenvolvimento

TITO RYFF

O atual governo deixará pesada herança para seu sucessor. A fragilidade das contas externas do país nunca foi tão grande, a dívida pública interna cresceu de forma assustadora e o desempenho medíocre da economia amplia o desemprego e perpetua a desigualdade social. É o resultado de oito anos de um modelo econômico que privilegia o capital financeiro em detrimento da produção.
Na frente externa, o panorama é também preocupante. Conflitos internacionais se aguçam, senhores da guerra batem seus tambores e crescem as ameaças à soberania das nações, num cenário em que o pano de fundo é um processo de globalização cada vez mais desigual. Nessas circunstâncias, que qualidades se requer de um presidente do Brasil?
A primeira delas é a humildade. O presidente não pode acreditar, como fez Fernando Henrique, que governar o Brasil é fácil. Humildade e sabedoria brotam da experiência. Garotinho foi prefeito duas vezes, secretário de Estado, governador. Sabe que governar é tarefa exigente, que demanda trabalho, dedicação e atenção constantes.
É preciso, em seguida, que o presidente tenha equilíbrio, capacidade de negociação e disposição para o diálogo. Garotinho, por temperamento e formação, tem esses predicados, que exercitou e aperfeiçoou no desempenho das funções públicas que ocupou.
Não se pode governar o Brasil sem um compromisso verdadeiro e comprovado com o resgate da enorme dívida social acumulada pelo país ao longo de sua história.
Isso não é matéria apenas de convicção ideológica, mas requer, sobretudo, sentimentos autênticos de compaixão e de solidariedade social. Garotinho, como homem público e pai de família, tem dado testemunhos inequívocos de que possui tais sentimentos.
É necessário que o próximo presidente, como é o caso de Garotinho, ame e tenha orgulho de nosso povo. Que aprecie suas qualidades e respeite sua natureza.
Só assim será capaz de defender o interesse nacional com firmeza e destemor, diante dos desafios da globalização unilateral e injusta que se pretende impor às nações em desenvolvimento como o Brasil.
Fundamental, no Brasil de hoje, que o governante tenha compromisso com o interesse público e que não milite na política com fins de enriquecimento pessoal. Quem acompanha de perto a carreira de Garotinho sabe que os cargos públicos que ocupou não alteraram seu padrão de vida, nem seu patrimônio pessoal.
Mas não basta que o candidato possua todos esses atributos pessoais. É necessário que seu programa de governo e as forças políticas e sociais que o apóiam estejam em perfeita consonância.
Exigência, esta, imperiosa, sobretudo quando se trata de governar com o objetivo de promover a justiça social, a construção de uma democracia participativa e as bases de um desenvolvimento econômico que incentive a produção, a geração de emprego e o conhecimento científico e tecnológico e não os lucros do capital financeiro especulativo.
É por essas razões que voto em Garotinho.


Tito Ryff, economista formado pela Universidade de Paris, é o coordenador do programa econômico do candidato do PSB à Presidência, Anthony Garotinho. É professor universitário. Foi secretário de Agricultura no segundo governo de Leonel Brizola no Rio (1991-1994), vereador e deputado estadual


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