LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

XICO SÁ
ENVIADO ESPECIAL A PORTO ALEGRE

Os dois prováveis classificados para o segundo turno das eleições gaúchas ao governo do Estado já começaram, no encerramento da campanha de primeiro turno, a preparar suas estratégias para uma etapa diferente.
Tarso Genro (PT) atacou Germano Rigotto (PMDB) em seu último comício, em Gravataí (região metropolitana de Porto Alegre). Rigotto já se mostrou preocupado com a possibilidade de derrota de José Serra (PSDB), seu aliado, e disse ser capaz de negociar com um presidente de outro partido -no caso, Luiz Inácio Lula da Silva, correligionário de Tarso, que, vencendo ou não em primeiro turno, deve intensificar as viagens ao Estado.
A máxima segundo a qual o segundo turno é sempre uma nova eleição tem tudo para ser completamente adequada à situação gaúcha: como o primeiro turno ficou marcado pelo embate entre Tarso e Antônio Britto (PPS), o favoritismo de Rigotto para enfrentar o petista no segundo turno deve estabelecer novas estratégias.
Do lado de Tarso, terá de ocorrer uma troca de munições para eventuais ataques ao adversário. Rigotto terá de se expor.
As pesquisas indicam a polarização clara entre Tarso e Rigotto. O Cepa, instituto da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), já projetou, na edição de ontem do jornal ""Zero Hora" um segundo turno com vantagem de 13,9 pontos percentuais para Rigotto, que teria 53,9% contra 40% de Tarso. A rejeição de Rigotto é de apenas 5,6%, contra 33,5% de Tarso e 42,9% de Britto.
Rigotto se diz preocupado em conter a euforia dos seus militantes. Tarso e seus aliados já transferiram as críticas de Britto para Rigotto, explorando o fato de os dois políticos terem integrado o mesmo partido (o PMDB) quando Britto foi governador (1995 a 1998), o que os vincula.


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