KAMILA FERNANDES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA

O resultado das urnas hoje pode dar à prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins (PT), não apenas mais quatro anos de poder, mas o status de principal liderança de oposição aos principais líderes do Ceará, Tasso Jereissati (PSDB) e Ciro Gomes (PSB).
Os dois são os maiores oponentes da prefeita. Apóiam a senadora Patrícia Saboya (PDT) e difundiram críticas contra a administração petista.
Ciro acabou ficando em palanque oposto ao do irmão, o governador Cid Gomes (PSB), engajado na reeleição da petista, no que parece ter sido seu primeiro passo para uma trajetória política própria, desvinculada à do irmão mais famoso.
Mas o opositor mais próximo de disputar um segundo turno contra Luizianne é Moroni Torgan (DEM), derrotado por ela em 2004.
Moroni compôs sua chapa no primeiro turno com o PP, mas já recebeu sinais de Patrícia e de Adahil Barreto (PR) de que pode contar com os dois contra Luizianne.
Esta é a primeira eleição em que a petista se projetou como oposição forte o bastante para enfrentar Tasso e Ciro no Ceará. Em 2004, Luizianne tinha como rival o próprio PT, que apoiou informalmente o hoje senador Inácio Arruda (PC do B).
Sob orientação do marqueteiro Duda Mendonça, Luizianne apontou seus adversários como meros continuadores do projeto político de Tasso e Ciro, os "donos do Ceará", que sempre desejaram dominar Fortaleza, mas nunca conseguiram.
Detentores do poder no Estado por 20 anos, Tasso e Ciro continuam com certa força, ancorados na importância que suas bases ainda têm para manter a maioria de Cid na Assembléia.
Uma vitória de Luizianne e um crescimento do PT em redutos antes tucanos, como Juazeiro do Norte, podem acentuar o declínio de Tasso.


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