São Paulo, domingo, 05 de outubro de 2008

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NATAL

Disputa alia ex-adversários em favor de Fátima Bezerra

PABLO SOLANO
DA AGÊNCIA FOLHA

Natal testa hoje um novo arranjo político no Rio Grande do Norte. Ex-adversários, a governadora Wilma de Faria (PSB) e o presidente do Congresso, Garibaldi Alves (PMDB), tentam levar a deputada federal Fátima Bezerra (PT) ao segundo turno.
A disputa, apontam pesquisas, pode ser decidida no primeiro turno pela deputada estadual e apresentadora de TV Micarla de Sousa (PV), cuja família é dona da TV Ponta Negra, afiliada do SBT.
A candidatura dela foi lançada pelo líder do DEM no Senado, José Agripino Maia. Conseguiu atrair partidos aliados a Wilma que se disseram desprestigiados pelo apoio da governadora ao PT. São eles: PP, PR, PMN e PTB.
Garibaldi, Wilma e Agripino dominam a política potiguar desde a redemocratização. Os três devem concorrer ao Senado em 2010.
Aliados de Micarla dizem que o apoio de PMDB e PSB a Fátima faz parte de acordo para eleger Garibaldi e Wilma em 2010. Pelo lado da petista, dizem que a coligação visa criar base para o candidato de Lula à Presidência.
A campanha de Fátima contou com um privilégio que nenhum candidato de fora de São Paulo teve nesta campanha -a presença do presidente em seu palanque, em 19 de setembro.
A simples possibilidade de Lula participar da campanha nacionalizou a disputa desde o início. Por causa do apoio do DEM, a candidata do PV passou a ser apontada como adversária do presidente, o que Lula tratou de reforçar em seu discurso na cidade.
O vínculo com Lula foi usado por Fátima como contraponto à popularidade de Micarla. Como em outras cidades, o PT de Natal se diz o mais preparado para receber investimentos federais.
Tal argumento é forte em razão do déficit de saneamento básico -apenas 33% da cidade tem rede de esgoto. A promessa de Fátima é terminar o mandato com 100% da cidade saneada, o que diz que fará com verbas do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e do Estado.
Micarla afirma que exigirá cumprimento de metas da Caern (estatal de saneamento). Ameaça ainda cassar a licença de operação da empresa e abrir concorrência para a exploração do sistema.


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