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NATAL
Disputa alia ex-adversários em favor de Fátima Bezerra
PABLO SOLANO
DA AGÊNCIA FOLHA
Natal testa hoje um novo
arranjo político no Rio Grande do Norte. Ex-adversários,
a governadora Wilma de Faria (PSB) e o presidente do
Congresso, Garibaldi Alves
(PMDB), tentam levar a deputada federal Fátima Bezerra (PT) ao segundo turno.
A disputa, apontam pesquisas, pode ser decidida no
primeiro turno pela deputada estadual e apresentadora
de TV Micarla de Sousa (PV),
cuja família é dona da TV
Ponta Negra, afiliada do SBT.
A candidatura dela foi lançada pelo líder do DEM no
Senado, José Agripino Maia.
Conseguiu atrair partidos
aliados a Wilma que se disseram desprestigiados pelo
apoio da governadora ao PT.
São eles: PP, PR, PMN e PTB.
Garibaldi, Wilma e Agripino dominam a política potiguar desde a redemocratização. Os três devem concorrer
ao Senado em 2010.
Aliados de Micarla dizem
que o apoio de PMDB e PSB a
Fátima faz parte de acordo
para eleger Garibaldi e Wilma em 2010. Pelo lado da petista, dizem que a coligação
visa criar base para o candidato de Lula à Presidência.
A campanha de Fátima
contou com um privilégio
que nenhum candidato de
fora de São Paulo teve nesta
campanha -a presença do
presidente em seu palanque,
em 19 de setembro.
A simples possibilidade de
Lula participar da campanha
nacionalizou a disputa desde
o início. Por causa do apoio
do DEM, a candidata do PV
passou a ser apontada como
adversária do presidente, o
que Lula tratou de reforçar
em seu discurso na cidade.
O vínculo com Lula foi
usado por Fátima como contraponto à popularidade de
Micarla. Como em outras cidades, o PT de Natal se diz o
mais preparado para receber
investimentos federais.
Tal argumento é forte em
razão do déficit de saneamento básico -apenas 33%
da cidade tem rede de esgoto.
A promessa de Fátima é terminar o mandato com 100%
da cidade saneada, o que diz
que fará com verbas do PAC
(Programa de Aceleração do
Crescimento) e do Estado.
Micarla afirma que exigirá
cumprimento de metas da
Caern (estatal de saneamento). Ameaça ainda cassar a licença de operação da empresa e abrir concorrência para a exploração do sistema.
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