São Paulo, domingo, 05 de outubro de 2008

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SALVADOR

DEM e PT disputam para ir ao 2º turno com atual prefeito

João Henrique (PMDB) lidera com 33% dos votos válidos, indica o Datafolha; ACM Neto tem 27% e Walter Pinheiro, 24%

Três candidaturas lançadas pela base aliada ao governo estadual transformou as eleições de Salvador na mais acirrada desde 1996

LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

Os deputados federais Antonio Carlos Magalhães Neto (DEM) e Walter Pinheiro (PT) mantêm disputa acirrada para participar do segundo turno da eleição para a Prefeitura de Salvador contra o prefeito, João Henrique Carneiro (PMDB).
Pesquisa Datafolha realizada entre sexta-feira e ontem, com 1.644 eleitores, mostra que João Henrique está com 33% dos votos válidos (quando são excluídos os brancos, nulos e indecisos), contra 27% do democrata e 24% do petista.
O ex-prefeito Antonio Imbassahy (PSDB), que tinha 16% dos votos válidos, agora aparece com 11% -uma queda de cinco pontos. Hilton Coelho (PSOL) manteve os 4% do levantamento anterior. A margem de erro do levantamento é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
Em relação aos votos totais, João Henrique cresceu seis pontos percentuais em relação à pequisa divulgada no meio da semana passada -foi de 25% para 31%. ACM Neto oscilou um ponto para cima e está com 25%, e Walter Pinheiro manteve os mesmos 22%.
O Datafolha também simulou um eventual segundo turno entre os candidatos mais bem posicionados na pesquisa. No confronto, o prefeito vence todos os seus adversários. Contra ACM Neto, ele teria 51% ante 37% do democrata. Um segundo turno entre o prefeito e Pinheiro deixaria João Henrique com 49% e o petista com 37%.
O lançamento de três candidatos (PT, PMDB e PSDB) da base aliada ao governo estadual transformou as eleições de Salvador na mais acirrada desde 1996, quando Antonio Imbassahy, à época filiado ao PFL (hoje DEM), venceu todos os seus concorrentes no primeiro turno. Quatro anos mais tarde, Imbassahy foi reeleito.
Em 2004, com o carlismo dando sinais de enfraquecimento, o então deputado estadual João Henrique, que era do PDT, não teve dificuldades para devolver à oposição o comando político de Salvador.
Com a chegada de Jaques Wagner (PT) ao governo da Bahia, a política local passou por muitas transformações -a mais visível foi o fim da polarização entre carlistas e anticarlistas. Em março deste ano, quando o PT deixou de apoiar a gestão de João Henrique para lançar candidato próprio, houve um "estremecimento" entre os dois principais partidos da base do governador.
A partir daí, as acusações mútuas entre os dois partidos ficaram mais acentuadas. Apesar dos desentendimentos, Jaques Wagner descartou a possibilidade de rompimento entre os dois partidos, mas mandou um recado sutil para o ministro Geddel Vieira Lima (Integração Nacional), a principal liderança do PMDB no Estado.
"O político que falar que não tem um projeto de poder está mentindo. Só acho que o político tem que ter o juízo de saber que deve esperar a fila andar", afirmou o governador petista, ao ser questionado se não temia um confronto com Geddel pela disputa do governo estadual, em 2010.


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