São Paulo, sexta-feira, 05 de novembro de 2004

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PAINEL

Na fila
Com um discurso que agrada ao PT, a carta de demissão do ministro da Defesa, José Viegas, deixa mal o comandante do Exército, Francisco Albuquerque. Cresce a chance de o militar ganhar uma função no exterior.

Lugar guardado
Embora o Planalto insista em afirmar que a nomeação do vice José Alencar para a Defesa é definitiva, há, no círculo próximo de Lula, quem aposte que não é.

Debate antigo
Ainda na gestão FHC, quando a pasta da Defesa foi criada, discutiu-se a hipótese de dá-la ao vice-presidente. A idéia voltou à pauta no governo de transição, mas foi abandonada em razão de dúvidas constitucionais.

Pressão fardada
Segundo piada petista, a nomeação de José Alencar para a Defesa deixou Antonio Palocci com as barbas de molho. Na próxima reunião do Copom para elevar os juros, caças da FAB farão rasante sobre a casa do ministro. À frente, no lago Paranoá, estará a Marinha.

Bolsa-embaixada
No Uruguai, o ministro Olívio Dutra (Cidades) é citado como possível embaixador em Montevidéu após a eleição de seu amigo Tabaré Vázquez para a presidência. Seria uma forma de Lula resolver o problema do excesso de gaúchos na Esplanada.

Pente-fino
O TCU recomendou à Secom estabelecer critérios de avaliação de custo-benefício dos patrocínios concedidos por estatais e empresas de sociedade anônima como BB e Petrobras. O objetivo é melhorar a qualidade da utilização do dinheiro público.

Próprias pernas 1
Durante reunião em seu gabinete, o líder do PMDB na Câmara, José Borba (PR), falou grosso: "Acabou o faz-de-conta". Referia-se à tutela que o ministro Eunício Oliveira exerceu sobre ele desde sua indicação.

Próprias pernas 2
Eunício está sob pressão. Já chega a 47 o número de assinaturas em um manifesto de parlamentares peemedebistas segundo os quais não é o ministro das Comunicações quem fala pela bancada na Câmara, e sim o líder. O PMDB tem 76 deputados.

Passa amanhã 1
Do lado tucano, o item um da transição paulistana é impedir que a atual administração deixe para Serra a conta de serviços já prestados mas que ainda não foram saldados, o chamado "passivo descoberto informal".

Passa amanhã 2
Até 31 de outubro, a prefeitura havia autorizado o pagamento de R$ 11,9 bi do total da peça, mas apenas R$ 9,8 bi haviam sido saldados. O temor é que o R$ 1,6 bi restante fique para Serra.

Revoada tucana
Ironia ouvida no "Banespinha": a equipe de Serra deve achar que a prefeitura está em boas mãos. Do contrário, não teriam ido quase todos viajar.

Esqueceram de mim
Os oito vereadores da bancada tucana na Câmara paulistana ganharam o reforço anteontem, em sua reunião semanal, de quatro dos cinco novos eleitos. Só faltou José Aníbal, que trabalha para dirigir a Casa, mas sofre para ter o apoio dos veteranos.

Pai da noiva
O PSDB, padrinho de João Leite em BH, responde por 68,7% dos R$ 2,02 mi arrecadados na campanha. O PSB do candidato derrotado não está na lista dos doadores. Saldo declarado: zero.

Trocado
O PT de Fernando Pimentel, reeleito em BH, doou R$ 150 mil para a campanha, que arrecadou R$ 4,34 mi. Os maiores doadores foram a Gerdau Açominas e a Consita Ltda. (R$ 500 mil cada). Sobra: R$ 3,87.

TIROTEIO

Do líder de Marta na Câmara, João Antonio, sobre Eduardo Suplicy ter declarado que, se a campanha o tivesse ouvido, "talvez tivesse sido diferente":
-O senador merece nosso respeito na disputa pelo Parlamento. Mas para o Executivo ele perdeu todas e não pode agora posar de salvador da pátria.

CONTRAPONTO

Comportamento de risco

O deputado Valdemar Costa Neto aguardava o elevador no prédio do DNIT (Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes) acompanhado de um representante do órgão e de dois parlamentares. Um deles o questionou sobre o fim de seu casamento com a socialite Christina Mendes Caldeira.
O presidente nacional do PL respondeu que a má fase havia sido superada e que até já estava de namorada nova.
-Inclusive, tudo começou para nós dentro de um elevador, onde nos conhecemos-, observou o deputado paulista.
Na hora de iniciar a descida, os quatro notaram que a cabine tinha capacidade para apenas três pessoas. Costa Neto propôs a divisão em dois grupos:
-Venha, vamos nós dois-, sugeriu ele ao deputado baiano João Leão, também do PL.
-Com você, sozinho no elevador? Nunca!-, brincou Leão.


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