ELVIRA LOBATO
DA SUCURSAL DO RIO

O general Luiz Gonzaga Schroeder Lessa, 67, presidente do Clube Militar, disse ontem no Rio que a crise nas Forças Armadas não está encerrada. "A crise está em curso. É preciso tratar o assunto com cautela. Não queremos criar complicações políticas além das que já foram criadas", afirmou.
O Clube Militar congrega militares das três Armas. O general entrou para a reserva em 2000, após deixar o Comando Militar do Leste. Lessa contou que o comandante do Exército, Francisco Albuquerque, reuniu-se no Rio, na semana passada, com cerca de 75 generais da ativa e da reserva para dar explicações sobre as notas publicadas pelo Exército.
 

Folha - A demissão de Viegas encerra a crise no Exército?
General Lessa - Essa é uma crise que não está encerrada. Podemos ter desdobramentos disso e é preciso tratar do assunto com cautela. Ninguém está querendo criar complicações políticas além do que já foi criado. O Comandante do Exército reuniu-se com cerca de 75 generais da ativa e da reserva na semana passada para explicar a problemática das notas.

Folha - Que desdobramentos o senhor acha que pode haver?
General Lessa - Por menos que se queira, as seqüelas estão aí. O ministro pediu demissão. Havia um mal-estar entre a Força e o ministro da Defesa, o que não é bom.

Folha - O que o sr. achou de o vice-presidente assumir o ministério?
General Lessa - A escolha não poderia ser melhor. Ele é franco, natural, sem jogadas escondidas. É bem aceito no meio militar e por toda a sociedade. Enfim, é um bom mineirão. O presidente Lula foi muito feliz na escolha. Ele pode acalmar a situação.


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