São Paulo, quarta-feira, 05 de novembro de 2008 |
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Toda Mídia NELSON DE SÁ - nelsondesa@folhasp.com.br Fox News "chama" Obama
Uma vez mais, a maior tensão no dia da eleição, que
foi possível acompanhar e vivenciar no Brasil por
CNN e Fox News, se concentrou diante dos canais -e
das redes- que seguiam "chamando" os Estados para
este ou aquele candidato. A Pensilvânia, que poderia
pender para John McCain, saiu para Barack Obama
na MSNBC e na ABC. E nada de Ohio, que também já
havia fechado as urnas. Até que Britt Hume e Karl Rove, pouco depois da meia-noite na Fox News, "chamaram" Ohio para Obama. Depois CBS. Depois NBC e
ABC. Por fim, a CNN.
Da campanha, a maior inovação ficou ainda com a "parede mágica" da mesma CNN em fevereiro -e já imitada por Fox News, com seu "Billboard", e até Globo. BOCA-DE-URNA CNN e Fox News começaram a dar as pesquisas de boca-de-urna logo após as 20h, mas restritas a opiniões e grupos demográficos, não o voto geral. Como citaram "Financial Times" e outros, as emissoras chegaram à noite de eleição ainda assombradas por 2000 na Flórida. Os sites ousaram mais. Por volta das 21h30, o HuffPost, depois Drudge e TPM, postaram dados com ampla vitória de Obama em Pensilvânia, Ohio etc. Mas avisando sempre para não confiar. O FIM DE TRÊS ERAS Se as redes e os próprios sites de jornais foram cuidadosos, os colunistas não se constrangeram. David Brooks, no "NYT", deu o dia como histórico porque "marca o fim de uma era econômica, uma era política e uma era geracional, ao mesmo tempo". Encerra o "grande boom" econômico que começou em 1983; a "dominação conservadora", que vem de 1980; e a supremacia de presidentes nascidos no "baby boom" do pós-guerra. Agora seria a vez da "geração de Obama". NO FIM
Pelo contrário, logo em seguida o "New York Post", de Murdoch, deu apoio em capa e editorial a John McCain. Mas ontem, dia da eleição, o apoio mudou de repente, ainda que envergonhadamente, com a primeira página acima e a manchete "A um passo da história". O biógrafo do "publisher", Michael Wolff, avaliou em seu blog: "O que aconteceu foi que Murdoch e o "Post" cometeram um erro. Um erro que machuca, porque ele queria endossar Obama". Nos encontros que tiveram, diz ter vislumbrado até "entusiasmo" pelo democrata. O POLITICO A semana da eleição comemora o segundo aniversário de criação do site Politico, que reuniu meia dúzia de jornalistas de "Wall Street Journal", "USA Today", "Time" -e virou agora um dos principais vencedores na cobertura da campanha eleitoral. Para celebrar, os editores enviaram e-mail à agora ampla redação, com quase cem pessoas, e ele foi parar no site do instituto de mídia Poynter. Em meio à crise, desenha um futuro de crescimento. A BOLHA Por outro lado, a Slate, ligada ao "Washington Post", avisa que a "bolha eleitoral da mídia está para explodir", após quase dois anos em que as organizações viveram da campanha -e agora se vêem diante da crise global. Foram meses de audiência recorde, tráfego recorde na internet, até de vendas de revistas. Mas o período pós-eleitoral promete ser "muito diferente". O site ouve o editor do "NYT", que fala em poupar, mas não cortar vagas. ATÉ JANEIRO... O "Wall Street Journal" abriu manchete para "o pior mês desde a Segunda Guerra" na indústria automobilística _e para alertar que a situação já provoca "conclamações por ação imediata do novo presidente". Por um rumo à "polícia econômica muito antes da posse em 20 de janeiro". Cobra-se o nome do secretário de Tesouro "em dias" e engajamento nas negociações sobre maior regulação, no Congresso. Já o "New York Times" , no editorial "Tão pouco tempo, tanto dano", soou o alarme de que George W. Bush tem engatilhadas ações para enfraquecer direitos civis, normas ambientais e direito ao aborto. Leia as colunas anteriores @ - Nelson de Sá Índice |
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