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RUMO A 2010
"Não precisa ter medo do Mantega", diz FHC à oposição
DA REPORTAGEM LOCAL
O ex-presidente Fernando
Henrique Cardoso disse ontem que a oposição não deve
se intimidar diante dos sinais
de recuperação da economia,
com expectativa de 5% de
crescimento no ano eleitoral.
"Não precisa ter medo do
[ministro da Fazenda, Guido] Mantega", recomendou,
durante debate sobre o cenário econômico após a crise.
FHC afirmou que o próximo presidente deverá adotar
medidas impopulares.
"Quem tem liderança tem
que saber que, ao assumir o
governo, vai ter que fazer
certas coisas." Mas ressaltou:
"Na campanha, o discurso
que vai sacrificar hoje para o
futuro não vai pegar".
Sugeriu ainda que o debate
dessas medidas seja realizado pela sociedade. Não pelo
candidato. "Só pude fazer reformas porque houve um debate muito amplo. Por isso
que me exponho além dos limites da minha prudência."
Sob a tese de que existe risco às instituições, reafirmou
o teor de polêmico artigo, segundo o qual vê tendência ao
"autoritarismo populista" no
governo Lula. "Sinto que há
risco de desfazer o que achei
que já estivesse consolidado
[...] Se desfizer, mais adiante
o preço será pago por toda a
sociedade", argumentou.
Após ouvir do ex-ministro
Luiz Carlos Mendonça de
Barros que, "do ponto de vista do bem-estar econômico,
o ano que vem será muito
pior [para a oposição] do que
2006", ele afirmou que é preciso "politizar o número".
FHC citou o desempenho
da ministra Dilma Rousseff
(Casa Civil) nas pesquisas
como uma prova de que, por
melhor que seja o cenário, a
transferência não é automática. "Você depende do personagem." Sobre o risco de
eleição sem grande apoio
partidário, minimizou: "Não
se esqueçam de que muito
raramente o presidente faz a
maioria. Mas não se esqueçam também de que as maiorias vão com o presidente".
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