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Lula costura com o PMDB nome de Garibaldi como sucessor
Presidente, no entanto, exigiu do partido que senador não faça oposição ao Planalto, como fez quando comandou a CPI dos Bingos; eleição deverá ser na quarta
KENNEDY ALENCAR
VALDO CRUZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva articula com a cúpula
do PMDB operação para tentar
eleger Garibaldi Alves (RN)
presidente do Senado. A indicação do senador Edison Lobão
(MA) para o Ministério de Minas e Energia faz parte da articulação sobre a sucessão de Renan Calheiros (AL), que renunciou à presidência da Casa.
Para que o governo dê apoio a
Garibaldi, Lula exigiu e obteve
da cúpula do PMDB garantias
de que ele não será hostil com o
Palácio do Planalto. Em 2005 e
2006, quando presidiu a CPI
dos Bingos, Garibaldi foi um
duro opositor a Lula. O senador
se reuniu com o petista e disse
que não será um oposicionista.
Lula sabe que haverá resistências a Garibaldi na própria
bancada do PMDB, com 20 integrantes. Esse é o principal
obstáculo que o governo e a cúpula do partido precisarão vencer em reunião da bancada do
partido no Senado que acontecerá amanhã. Se Garibaldi vencer a disputa interna na bancada, ele se transformará em postulante favorito devido ao bom
trânsito que tem na oposição.
Lula preferia que Sarney fosse o futuro presidente do Senado, mas PSDB e DEM já manifestaram que não aceitariam
apoiá-lo. E o próprio Sarney já
disse que só aceitaria ser candidato de consenso. Numa hora
em que precisa reunir forças
para tentar prorrogar a CPMF
na Casa, o governo não está interessado em ampliar o contencioso com a oposição.
Na bancada peemedebista,
lançaram-se candidatos Valter
Pereira (MS), Leomar Quintanilha (TO) e Neuto de Conto
(SC) -este é apresentado como
um nome de pouca exposição
pública e que poderia ser discreto para um mandato tampão. Os três afirmam que, se
não houver acordo na bancada,
poderá haver disputa no voto.
"Se não conseguir consenso,
não tem problema, vamos para
o voto. O importante é consenso não só na bancada, mas fora
dela", disse Valdir Raupp, líder
do PMDB na Casa.
Antes de dizer à cúpula do
PMDB que não vetaria Garibaldi, Lula citou como possíveis
candidatos Sarney, o líder do
governo no Senado, Romero
Jucá (RR), e o ministro das Comunicações, o senador Hélio
Costa (MG). Mas esses três seriam inviáveis na visão da cúpula peemedebista.
Garibaldi seria o mais viável
para uma operação rápida e
complicada, já que o Planalto
enfrenta no Senado dificuldade
para prorrogar a CPMF. A eleição para a presidência da Casa
deverá ser na próxima quarta.
"É irreversível a minha candidatura. E eles [oposição] estão dizendo que aceitaram",
disse ontem Garibaldi, logo
após Renan renunciar.
O líder do PSB na Casa, Renato Casagrande (ES), afirmou
que "Garibaldi é o nome do
PMDB que tem trânsito nos
dois lados, na base do governo e
na oposição". A líder do PT,
Ideli Salvatti (SC), afirmou que
o partido irá apoiar o nome que
for escolhido pelo PMDB.
Arthur Virgílio (AM), líder do
PSDB, disse que admitia apoiar
um nome de consenso que viesse do PMDB, pois a vaga, pela
tradição, cabe à maior bancada
em caso de acordo. E chegou a
mencionar Jarbas Vasconcellos (PMDB-PE). O governo,
porém, não aceita Jarbas.
O peemedebista Wellington
Salgado (MG) disse não acreditar no desejo da oposição de
eleger por acordo o sucessor de
Renan Calheiros.
Colaboraram SILVIO NAVARRO e
ANDREZA MATAIS, da Sucursal de Brasília
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