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Procuradoria é contra pedido de prisão de Dantas
LILIAN CHRISTOFOLETTI
MARIO CESAR CARVALHO
DA REPORTAGEM LOCAL
O Ministério Público Federal em São Paulo se manifestou contra o terceiro pedido de prisão do banqueiro
Daniel Dantas formulado pela Polícia Federal. Para a
Procuradoria, o delegado Ricardo Saadi, que preside o inquérito contra o banqueiro,
não reuniu fatos novos que
justificassem a medida.
O juiz Fausto Martin De
Sanctis, da 6ª Vara Criminal
Federal de São Paulo, ainda
analisará a demanda. Não há
prazo para sua manifestação.
O pedido está relacionado
ao inquérito da Operação Satiagraha, em que Dantas é investigado por supostos crimes financeiros. Não tem
vínculo com a condenação
imposta ao banqueiro na terça, quando ele foi sentenciado a dez anos de prisão e a pagar R$ 13,4 milhões de indenização e multa por ter oferecido R$ 1 milhão a um delegado para ser excluído do inquérito. Dantas irá recorrer
da sentença em liberdade.
Como o Supremo Tribunal
Federal concedeu dois habeas corpus ao banqueiro,
autoridades do caso entendem que um terceiro pedido
de prisão, sem um fato novo,
seria uma afronta ao STF.
O pedido de detenção é
visto como uma demanda do
ministro da Justiça, Tarso
Genro, e da cúpula da PF,
que se empenham em desfazer a percepção de que haveria uma disposição maior em
enquadrar o delegado Protógenes Queiroz, que iniciou a
investigação que culminou
na Operação Satiagraha, do
que em punir o banqueiro.
Dentro da própria PF, esse
pedido é interpretado como
um jogo de cena para melhorar a imagem da instituição.
Há policiais que acreditam
que o pedido foi feito para
mostrar que a PF não está só
preocupada com os eventuais desvios de Protógenes,
mas também com os supostos crimes de Dantas.
Para esses policiais, a corregedoria da PF errou ao
apreender materiais na casa
de Protógenes. Ao transformar o delegado, que se apresenta como o principal investigador de Dantas, em vítima, a polícia passaria a imagem de que protege o banqueiro do Opportunity.
No documento em que faz
o novo pedido de prisão, Saadi sustenta que Dantas continuou a praticar os crimes pelos quais é investigado: gestão fraudulenta e temerária,
lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.
Conflitos indígenas
Ontem, o diretor-geral da
PF, Luiz Fernando Corrêa,
decidiu que o delegado Protógenes Queiroz, que chefiou
a Satiagraha, será transferido
para uma área distante de investigações. Em janeiro, ele
assumirá cargo na Coordenadoria Geral de Defesa Institucional, setor responsável
por intermediar conflitos indígenas e de sem-terra e pela
segurança de autoridades.
Colaborou a Sucursal de Brasília
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