São Paulo, sábado, 05 de dezembro de 2009

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Acusados, membros do TCE querem ver prova

Eduardo Bittencourt e Robson Marinho vão à Justiça por cópia de documento de diretor da Camargo Corrêa que cita os dois

Bittencourt nega vínculo com construtora; Marinho diz que não recebeu valores e lamenta que seu nome apareça numa lista apócrifa


DA REPORTAGEM LOCAL

Os conselheiros Eduardo Bittencourt e Robson Marinho, do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP), vão pedir na Justiça cópia do documento apreendido na casa de um executivo da construtora Camargo Corrêa com citação ao nome deles e menção de valores em dólares.
A empresa foi alvo da Operação Castelo de Areia, deflagrada pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal, em março deste ano. À época, a polícia apreendeu documentos na casa de quatro diretores da Camargo Corrêa. A planilha com o nome dos conselheiros foi localizada na casa do executivo Pietro Bianchi.
"O absurdo é que todos falam da planilha e citam os nomes de políticos ou de outras pessoas públicas, sempre com valores, mas os principais interessados, as pessoas citadas e seus advogados não têm acesso a nada", diz o advogado Paulo Sérgio Santo André, que defende Bittencourt e vai pedir cópia da planilha ao juiz Fausto Martin De Sanctis, da 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo.
Segundo reportagem de "O Estado de S. Paulo", a planilha traz nove citações ao TCE paulista, com registros de valores que somam cerca de US$ 1,37 milhão, de supostos repasses feitos de 26 de março a 2 de outubro de 1998. Ainda segundo o texto, há referências às obras das linhas Amarela e Verde do Metrô e aos nomes de Bittencourt e de Marinho.
O tribunal é o órgão responsável por fiscalizar obras, contratos e licitações públicas.
"O dr. Bittencourt desconhece completamente tudo isso. Não tem qualquer vínculo com as pessoas da empresa e ele faz parte de um órgão onde as decisões são colegiadas, não individuais", afirmou Santo André.
A assessoria de Marinho informou que o conselheiro desconhece a denúncia e não tem nenhum relacionamento profissional com a construtora ou os executivos. Marinho nega ter recebido valores e disse lamentar o fato de seu nome aparecer em uma lista apócrifa.
Advogados da Camargo Corrêa informaram que a construtora ainda não teve acesso nem ao relatório da Polícia Federal nem à denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal, o que dificulta a defesa da empresa. O grupo nega ter cometido qualquer atividade ilícita e alerta que documentos divulgados no início da operação se mostraram, ao final, legais.

Feldman
O secretário de Esportes da cidade de São Paulo e deputado federal licenciado, Walter Feldman (PSDB), cujo nome também apareceu na planilha da construtora como um dos supostos beneficiários de pagamentos, protocolou dois pedidos na Polícia Federal. Feldman pediu para ter acesso a todos os documentos e colocou à disposição dos investigadores o sigilo bancário e fiscal dele.
"Pedi ao diretor-geral, Luiz Fernando Corrêa, que a investigação seja feita e, principalmente, que a conclusão seja divulgada. Jamais participei de qualquer situação assim e quero ter a chance de me defender de uma forma aberta e correta", afirmou o secretário.


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