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Acusados, membros do TCE querem ver prova
Eduardo Bittencourt e Robson Marinho vão à Justiça por cópia de documento de diretor da Camargo Corrêa que cita os dois
Bittencourt nega vínculo com construtora; Marinho diz que não recebeu valores e lamenta que seu nome apareça numa lista apócrifa
DA REPORTAGEM LOCAL
Os conselheiros Eduardo
Bittencourt e Robson Marinho,
do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP), vão
pedir na Justiça cópia do documento apreendido na casa de
um executivo da construtora
Camargo Corrêa com citação
ao nome deles e menção de valores em dólares.
A empresa foi alvo da Operação Castelo de Areia, deflagrada pela Polícia Federal e pelo
Ministério Público Federal, em
março deste ano. À época, a polícia apreendeu documentos na
casa de quatro diretores da Camargo Corrêa. A planilha com o
nome dos conselheiros foi localizada na casa do executivo Pietro Bianchi.
"O absurdo é que todos falam
da planilha e citam os nomes de
políticos ou de outras pessoas
públicas, sempre com valores,
mas os principais interessados,
as pessoas citadas e seus advogados não têm acesso a nada",
diz o advogado Paulo Sérgio
Santo André, que defende Bittencourt e vai pedir cópia da
planilha ao juiz Fausto Martin
De Sanctis, da 6ª Vara Criminal
Federal de São Paulo.
Segundo reportagem de "O
Estado de S. Paulo", a planilha
traz nove citações ao TCE paulista, com registros de valores
que somam cerca de US$ 1,37
milhão, de supostos repasses
feitos de 26 de março a 2 de outubro de 1998. Ainda segundo o
texto, há referências às obras
das linhas Amarela e Verde do
Metrô e aos nomes de Bittencourt e de Marinho.
O tribunal é o órgão responsável por fiscalizar obras, contratos e licitações públicas.
"O dr. Bittencourt desconhece completamente tudo isso.
Não tem qualquer vínculo com
as pessoas da empresa e ele faz
parte de um órgão onde as decisões são colegiadas, não individuais", afirmou Santo André.
A assessoria de Marinho informou que o conselheiro desconhece a denúncia e não tem
nenhum relacionamento profissional com a construtora ou
os executivos. Marinho nega
ter recebido valores e disse lamentar o fato de seu nome aparecer em uma lista apócrifa.
Advogados da Camargo Corrêa informaram que a construtora ainda não teve acesso nem
ao relatório da Polícia Federal
nem à denúncia oferecida pelo
Ministério Público Federal, o
que dificulta a defesa da empresa. O grupo nega ter cometido
qualquer atividade ilícita e alerta que documentos divulgados
no início da operação se mostraram, ao final, legais.
Feldman
O secretário de Esportes da
cidade de São Paulo e deputado
federal licenciado, Walter
Feldman (PSDB), cujo nome
também apareceu na planilha
da construtora como um dos
supostos beneficiários de pagamentos, protocolou dois pedidos na Polícia Federal. Feldman pediu para ter acesso a todos os documentos e colocou à
disposição dos investigadores o
sigilo bancário e fiscal dele.
"Pedi ao diretor-geral, Luiz
Fernando Corrêa, que a investigação seja feita e, principalmente, que a conclusão seja divulgada. Jamais participei de
qualquer situação assim e quero ter a chance de me defender
de uma forma aberta e correta",
afirmou o secretário.
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