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REBELIÃO PARLAMENTAR
Depois do PFL, ala oposicionista do PMDB também quer lançar candidato à presidência da Mesa
Temer articula sua candidatura na Câmara
FERNANDA KRAKOVICS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Aproveitando-se das desavenças dentro do PT, a ala oposicionista do PMDB está articulando o
lançamento da candidatura do
presidente do partido, Michel Temer (SP), à Presidência da Câmara dos Deputados. Ele pode ter o
apoio da bancada do PFL.
O PT lançou o nome do deputado Luiz Eduardo Greenhalgh (SP)
para o cargo, com o apoio do Palácio do Planalto, mas ele enfrenta
a concorrência do deputado Virgílio Guimarães (PT-MG), que insiste na sua candidatura avulsa.
Na avaliação da ala oposicionista do PMDB, a crise no PT está se
alongando, o que dá margem para o aparecimento de mais uma
candidatura. A praxe tanto da Câmara quanto do Senado é que o
partido que tem a maior bancada
indique o presidente da Casa. Na
Câmara a maior bancada é do PT
e no Senado é do PMDB. Quando
era oposição, porém, o PT não
respeitava esse acordo e lançava
candidatos avulsos. No Senado há
consenso em torno do senador
Renan Calheiros (PMDB-AL).
"Uma candidatura alternativa
ao PT começa a ter grandes chances de sucesso. Eu estava com ele
[Temer] em muitos momentos
em que foi instado por companheiros do PMDB e de outros
partido a sair candidato", disse o
deputado Eliseu Padilha (PMDB-RS). Temer e o líder do PFL, deputado José Carlos Aleluia (BA),
que já lançou sua candidatura, fizeram um acordo segundo o qual
quem estiver em pior situação nas
proximidades da eleição, marcada para o dia 14 de fevereiro, vai
renunciar para apoiar o outro.
"A candidatura de Michel acrescenta qualidade à disputa, a presença dele é boa e já conversei sobre isso com ele. A candidatura do
Michel e a minha não significa nenhuma divisão, viremos com o
mesmo discurso", disse Aleluia.
A bancada do PMDB na Câmara tem 76 deputados. Desses, 35
compareceram à convenção nacional organizada por Temer, da
qual os governistas não participaram. A tendência dos peemedebistas alinhados com o Planalto é
apoiar o PT para a presidência da
Câmara, embora haja resistências
na base ao nome de Greenhalgh.
Como o voto para a presidência
da Câmara é secreto, há possibilidade de traições dentro do próprio PT. O partido rachou na escolha de seu candidato e lançou
sete nomes, embora apenas três
tenham chegado à reta final. Integrantes da ala oposicionista do
partido devem se reunir na próxima semana para avaliar o cenário.
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