São Paulo, quinta-feira, 06 de janeiro de 2005

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REBELIÃO PARLAMENTAR

Depois do PFL, ala oposicionista do PMDB também quer lançar candidato à presidência da Mesa

Temer articula sua candidatura na Câmara

FERNANDA KRAKOVICS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Aproveitando-se das desavenças dentro do PT, a ala oposicionista do PMDB está articulando o lançamento da candidatura do presidente do partido, Michel Temer (SP), à Presidência da Câmara dos Deputados. Ele pode ter o apoio da bancada do PFL.
O PT lançou o nome do deputado Luiz Eduardo Greenhalgh (SP) para o cargo, com o apoio do Palácio do Planalto, mas ele enfrenta a concorrência do deputado Virgílio Guimarães (PT-MG), que insiste na sua candidatura avulsa.
Na avaliação da ala oposicionista do PMDB, a crise no PT está se alongando, o que dá margem para o aparecimento de mais uma candidatura. A praxe tanto da Câmara quanto do Senado é que o partido que tem a maior bancada indique o presidente da Casa. Na Câmara a maior bancada é do PT e no Senado é do PMDB. Quando era oposição, porém, o PT não respeitava esse acordo e lançava candidatos avulsos. No Senado há consenso em torno do senador Renan Calheiros (PMDB-AL).
"Uma candidatura alternativa ao PT começa a ter grandes chances de sucesso. Eu estava com ele [Temer] em muitos momentos em que foi instado por companheiros do PMDB e de outros partido a sair candidato", disse o deputado Eliseu Padilha (PMDB-RS). Temer e o líder do PFL, deputado José Carlos Aleluia (BA), que já lançou sua candidatura, fizeram um acordo segundo o qual quem estiver em pior situação nas proximidades da eleição, marcada para o dia 14 de fevereiro, vai renunciar para apoiar o outro.
"A candidatura de Michel acrescenta qualidade à disputa, a presença dele é boa e já conversei sobre isso com ele. A candidatura do Michel e a minha não significa nenhuma divisão, viremos com o mesmo discurso", disse Aleluia.
A bancada do PMDB na Câmara tem 76 deputados. Desses, 35 compareceram à convenção nacional organizada por Temer, da qual os governistas não participaram. A tendência dos peemedebistas alinhados com o Planalto é apoiar o PT para a presidência da Câmara, embora haja resistências na base ao nome de Greenhalgh.
Como o voto para a presidência da Câmara é secreto, há possibilidade de traições dentro do próprio PT. O partido rachou na escolha de seu candidato e lançou sete nomes, embora apenas três tenham chegado à reta final. Integrantes da ala oposicionista do partido devem se reunir na próxima semana para avaliar o cenário.


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