São Paulo, terça-feira, 06 de janeiro de 2009

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Em 16 meses, Corrêa trocou diretoria e cargos-chave da PF

Instituição vê "sucessão de gerações'; só duas superintendências não foram mudadas

Dose ex-superintendentes, 3 se aposentaram, 3 viraram adidos em embaixadas, 4, secretários estaduais de Segurança, e 4, corregedores

Jamil Bittar - 3.set.2007/Reuters
Luiz Fernando Corrêa (à esq.) substitui Paulo Lacerda na PF

FERNANDO BARROS DE MELLO
DA REPORTAGEM LOCAL

AFONSO BENITES
DA REDAÇÃO

Após 16 meses no cargo de delegado-chefe da Polícia Federal, ele assumiu em três de setembro de 2007, Luiz Fernando Corrêa promoveu mudanças nos principais postos de comando da instituição. Levantamento no "Diário Oficial" mostra que só dois (de 27) superintendentes regionais, cargos mais altos nos Estados, não foram alterados. Na diretoria, Corrêa trocou cargos-chave.
"O colocou uma geração mais nova, da turma dele de delegados", diz Marcos Wink, presidente da Fenapef (Federação dos Policiais Federais). Ele defende a renovação.
"No momento da transição ficou um clima que preocupou, como se houvesse um rompimento. Mas hoje tem vários ex-dirigentes da gestão Lacerda", diz o presidente da Associação dos Delegados da Polícia Federal, Sandro Avelar. "É natural o diretor fazer trocas."
Em 2008, os desdobramentos da Operação Satiagraha foram apontados como a demonstração de uma divisão entre aliados de Corrêa e de seu antecessor, Paulo Lacerda, que foi afastado definitivamente da direção da Abin no fim do ano.
Entre os superintendentes regionais, uma troca ocorreu ainda em setembro de 2007, oito trocas em outubro e cinco em novembro. Após uma troca em fevereiro de 2008, foram três em março, quatro em abril e uma em agosto.
Em dezembro, o delegado Anderson Fernandes Gioia, que havia assumido em novembro de 2007 a Superintendência de Pernambuco, foi transferido para o Rio de Janeiro, após Valdinho Jacinto Caetano assumir a Corregedoria Geral. Seu antecessor, Ivan Guimarães Lobato, era o último dos diretores da gestão Lacerda.
Em 12 de setembro de 2007, foram nomeados os outros diretores. No último dia de 2008, Luiz Pontel de Souza, que havia assumido no ano anterior a diretoria de Gestão de Pessoal, foi nomeado diretor-executivo, após a saída de Romero Lucena de Meneses (também nomeado em setembro de 2007).
Em seu discurso de posse, Corrêa disse não existir disputa ou grupos na PF. "Se quiserem nos dividir em grupos, não nos dividirão", afirmou. "As divergências serão enfrentadas com intensos debates internos."
Atualmente, a PF tem 11.010 policiais. Entre os delegados, há 4.127 ocupantes da classe especial, aqueles que podem tornar-se superintendentes.

Trocas
O destino dos exonerados variam. Três se aposentaram, três tornaram-se adidos policiais em embaixadas, quatro tornaram-se secretários estaduais de Segurança Pública e quatro, corregedores. Sete estão a serviço da PF em outros setores.
Após deixar a superintendência do Espírito Santo em outubro de 2007, cargo que ocupava desde agosto de 2004, Geraldo Dias Guimarães foi para a delegacia de Montes Claros (MG). "Não pendurei as chuteiras. Ainda estou em busca do meu milésimo gol", disse, segundo os jornais locais.
Dois superintendentes, Delci Teixeira, nomeado em julho de 2007 para o Paraná, e Anderson Rui Fontel, nomeado em abril de 2006 para o Amapá, estão desde a gestão Lacerda.


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