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PSDB revê tática e vai ao TSE contra PT
Partido entra com representações na Justiça para barrar exibição do programa petista na TV em maio
Tucanos acusam o PT de "terrorismo eleitoral" e de promoção pessoal de Dilma em programa partidário exibido no fim de 2009
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Numa demonstração de que
o ano eleitoral já começou, o
PSDB partiu para ofensiva para
tentar deter o crescimento da
ministra Dilma Rousseff (Casa
Civil) registrado no último Datafolha. Antes acomodados numa confortável liderança, tucanos mudaram de estratégia e
até entraram com duas representações no TSE (Tribunal
Superior Eleitoral) para impedir a exibição do programa do
PT em maio.
Nelas, o PSDB acusa o PT de
"terrorismo eleitoral", propaganda antecipada e promoção
pessoal de Dilma no programa
partidário veiculado em dezembro. A propaganda eleitoral
só é permitida a partir de julho.
Numa das representações, o
PT é também acusado de incitar o preconceito de classe, ao
afirmar que tucanos "separavam o que consideravam coisa
de pobre e coisa de rico".
"Para eles, apenas os ricos
pareciam ter o direito de ser feliz", dizia a propaganda, após
listar carne e carro como "coisa
de rico" e desemprego e escuridão como "coisa de pobre".
Segundo a representação, o
PT feriu o Código Eleitoral, segundo o qual "não será tolerada
propaganda [...] de preconceitos de raça ou de classes".
Estratégia
As representações foram
apresentadas no último dia útil
de 2009, 19 dias após o presidente nacional do PSDB, Sérgio
Guerra (PE), afirmar que não
daria resposta ao programa exibido em 10 de dezembro.
"Todos foram consultados.
Examinamos as peças e chegamos à conclusão de que é propaganda de cabo a rabo", justificou Guerra, um dia depois de
um almoço em que o PSDB discutiu estratégias para neutralizar o discurso otimista do PT.
No almoço, o comando do
PSDB reclamou de campanhas
publicitárias de empresas públicas e privadas exaltando o
desempenho do governo Lula.
Questionado sobre a diferença entre a propaganda do PT e a
do PSDB -monopolizada pelos
governadores José Serra e Aécio Neves-, o advogado do
PSDB, Afonso Ribeiro, afirma
que o partido exalta a administração tucana, mas não faz
menção à eleição.
Protagonizados por Lula, o
programa em bloco e uma inserção são alvo das representações. Na inserção, o presidente
diz que a consolidação das leis
sociais não é garantia de que
"ninguém vai poder mexer nas
conquistas do povo" após seu
governo. "A garantia definitiva
quem vai dar é o próprio povo
brasileiro, fazendo com que o
Brasil siga no rumo certo", diz.
No programa, Lula afirma
que Dilma "confirma a regra de
que mulher faz tudo com amor,
dedicação e competência".
Além de aplicação de multa
de até R$ 25 mil, o PSDB pede
que o julgamento seja ainda no
primeiro semestre deste ano.
Em São Paulo, o PT já apresentou duas representações
contra o governador José Serra
(PSDB) no Ministério Público
Eleitoral por veiculação de propaganda fora do Estado e uma
série de entrevistas a programas populares.
O presidente estadual do PT,
Edinho Silva, afirmou que a
bancada vai requerer informação sobre os gastos do Estado
com publicidade no último bimestre de 2009. Só no feriado
da virada do ano, foram ao ar
sete diferentes campanhas.
"É só para materializar o que
todo mundo já notou: o exagero
de propaganda no fim do ano",
disse Edinho.
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