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Marco Aurélio critica salários e faz desafio a parlamentares
"Se querem congelar, vamos trocar salários", diz ministro
LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL
Irritado com a proposta feita
por parlamentares de congelar
os salários do STF (Supremo
Tribunal Federal) por quatro
anos, o ministro Marco Aurélio
de Mello desafiou ontem deputados e senadores a trocarem
suas remunerações pelas dos
ministros da suprema Corte.
"Se querem congelar, vamos
trocar de salários. Se algo precisa ser revisto, não é no Judiciário: nós realmente recebemos o
valor do contracheque, pagamos imposto, não temos as
vantagens múltiplas dos congressistas nem trabalhamos
apenas de terça a quinta-feira."
O congelamento foi uma resposta do Legislativo ao STF,
que vetou um reajuste de 91%
nos salários dos parlamentares.
A medida seria adotada até que
os recebimentos dos três Poderes fossem equiparados.
"Isso ficaria bem num faroeste, não num Estado democrático de Direito", afirmou Marco
Aurélio, que recebe quase R$ 17
mil líquidos por mês.
Para ele, se o salário do parlamentar fosse somado a outros
benefícios, o valor final seria
três vezes maior.
"A atitude do Congresso de
querer congelar os subsídios do
STF dão a entender que somos
os verdadeiros aproveitadores
da República. É preciso respeitar os Poderes", disse.
Senadores tentaram minimizaram a declaração de Marco
Aurélio. A exceção foi o senador
Eduardo Suplicy (PT-SP), que
propôs a divulgação dos benefícios existentes no Judiciário.
O senador Jefferson Péres
(PDT-AM) deu razão ao ministro. "Não podemos exigir equiparação enquanto não abrirmos mão da verba indenizatória." O senador José Agripino
(PFL-RN), disse que o Congresso deve se ater à discussão
de temas importantes. O senador Romero Jucá (PMDB-RR)
defendeu a criação de um teto
salarial comum aos Poderes.
Colaborou FERNANDA KRAKOVICS, da Sucursal de Brasília
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