São Paulo, terça-feira, 06 de fevereiro de 2007

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Marco Aurélio critica salários e faz desafio a parlamentares

"Se querem congelar, vamos trocar salários", diz ministro

LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

Irritado com a proposta feita por parlamentares de congelar os salários do STF (Supremo Tribunal Federal) por quatro anos, o ministro Marco Aurélio de Mello desafiou ontem deputados e senadores a trocarem suas remunerações pelas dos ministros da suprema Corte.
"Se querem congelar, vamos trocar de salários. Se algo precisa ser revisto, não é no Judiciário: nós realmente recebemos o valor do contracheque, pagamos imposto, não temos as vantagens múltiplas dos congressistas nem trabalhamos apenas de terça a quinta-feira."
O congelamento foi uma resposta do Legislativo ao STF, que vetou um reajuste de 91% nos salários dos parlamentares.
A medida seria adotada até que os recebimentos dos três Poderes fossem equiparados. "Isso ficaria bem num faroeste, não num Estado democrático de Direito", afirmou Marco Aurélio, que recebe quase R$ 17 mil líquidos por mês.
Para ele, se o salário do parlamentar fosse somado a outros benefícios, o valor final seria três vezes maior.
"A atitude do Congresso de querer congelar os subsídios do STF dão a entender que somos os verdadeiros aproveitadores da República. É preciso respeitar os Poderes", disse.
Senadores tentaram minimizaram a declaração de Marco Aurélio. A exceção foi o senador Eduardo Suplicy (PT-SP), que propôs a divulgação dos benefícios existentes no Judiciário.
O senador Jefferson Péres (PDT-AM) deu razão ao ministro. "Não podemos exigir equiparação enquanto não abrirmos mão da verba indenizatória." O senador José Agripino (PFL-RN), disse que o Congresso deve se ater à discussão de temas importantes. O senador Romero Jucá (PMDB-RR) defendeu a criação de um teto salarial comum aos Poderes.


Colaborou FERNANDA KRAKOVICS, da Sucursal de Brasília

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