São Paulo, terça-feira, 06 de fevereiro de 2007

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CASAL HERNANDES

Júri dos EUA abre processo contra líderes da Renascer

VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
DE NOVA YORK

O júri popular da Justiça Federal dos EUA formalizou o indiciamento dos líderes e fundadores da Igreja Renascer em Cristo, Estevam e Sonia Hernandes. Agora, o casal é réu em processo criminal por conspiração, contrabando de dinheiro e depoimento falso à polícia. A pena prevista para cada um dos crimes é de cinco anos.
O procedimento, que no Brasil é equivalente ao juiz aceitar denúncia do Ministério Público, era esperado desde a segunda semana de janeiro. O casal, preso ao entrar nos EUA com US$ 56.467 em espécie não declarados à alfândega, é acusado de mentir sobre a origem do dinheiro, escondido em fundos falsos de malas, numa Bíblia e num porta-CDs.
Hoje, o casal tem a primeira audiência com a Justiça, em Miami. Acordos da procuradoria e da defesa adiaram duas vezes a sessão preliminar, prevista inicialmente para 24 de janeiro. A presença de Estevam e Sonia perante o juiz é obrigatória.
Previsto na Constituição dos EUA, o júri popular ("grand jury", em inglês) é um mecanismo para tentar evitar abusos de poder da polícia e não processar suspeitos sem provas materiais.
Vinte e cinco jurados se reúnem para decidir se há elementos que evidenciem o crime. Pesam contra os Hernandes os dólares apreendidos pelo Tesouro americano e os formulários de imigração em que disseram portar menos da quantia legal de US$ 10 mil. O processo segue paralelamente ao pedido de extradição feito pelo Brasil. No documento de acusação, ao qual a Folha teve acesso, os jurados consideram que Estevam e Sônia "se aliaram para ocultar os dólares".
Depois de cerca de duas semanas presos no Centro de Detenção Federal e em presídios de imigração, o casal foi solto sob liberdade condicional e vigiada. Um mecanismo eletrônico instalado no tornozelo de ambos monitora a localização deles.
Segundo a juíza Andrea M. Simonton, que determinou condições para pagamento de fiança de US$ 100 mil, a situação deles é equivalente à prisão domiciliar.


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