DA AGÊNCIA FOLHA

Três semanas após a concessão do status de refugiado a Cesare Battisti, o governo da Itália cancelou anteontem uma missão oficial, integrada por representantes do Ministério da Saúde italiano, que viria ao Brasil na próxima semana com o objetivo de negociar acordos no setor de comércio de carnes.
Itamaraty e fontes da embaixada italiana negam que o cancelamento tenha relação com o caso Battisti.
O secretário de Agricultura de Santa Catarina, Antonio Ceron, disse, porém, ter sido informado ontem, por telefone, por três integrantes da comitiva que não pertencem oficialmente ao governo que o motivo foi a não-extradição de Battisti. À tarde, em nova conversa com a reportagem, ele disse que recebeu ligação da embaixada italiana em que ouviu a versão de que a suspensão "se deveu a questões técnicas".
O cancelamento, segundo o governo catarinense, foi informado na noite de terça à Casa Militar do Estado, mas o motivo não foi informado.
O diretor-executivo do Sindicarne (Sindicato das Indústrias de Carnes e Derivados de Santa Catarina), Ricardo Gouvêa, que articulava a visita, afirmou que soube, por uma fonte da iniciativa privada italiana, que o cancelamento foi motivado "por problemas diplomáticos".
Segundo o Itamaraty, não havia visita oficial marcada, só intenção, inviabilizada por questões de "agenda".
O embaixador da Itália no Brasil, Michelle Valensise, telefonou duas vezes para o secretário de Agricultura de Santa Catarina, Antônio Ceron, negando o cancelamento. (BRENO COSTA)

Colaborou a Sucursal de Brasília


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