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2010 acirra disputa por cargos no Senado
Com poder para convocar ministros e aprovar projetos, comissões viram alvo de quem vai enfrentar as urnas nas próximas eleições
54 dos 81 senadores estarão em campanha no ano que vem; integrantes da Mesa e das comissões têm direito
a cargos e benesses extras
LETÍCIA SANDER
ADRIANO CEOLIN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
As eleições de 2010, quando
54 dos 81 senadores precisarão
enfrentar as urnas para tentar
um novo mandato, aumentam
o interesse por cargos na estrutura interna do Senado. A disputa só deve acabar na quarta,
com a escolha dos presidentes
das 11 comissões temáticas.
Com os sete postos da Mesa
Diretora, os líderes das comissões formam a elite do Senado,
com direito a cargos e benesses
extras. Mas não é só isso. Com
poder para convocar ministros
e aprovar projetos que não precisam passar pelo plenário, as
comissões são estratégicas no
processo legislativo e podem
ser usadas como palanques.
Pré-candidata ao governo de
Santa Catarina, Ideli Salvatti
(PT-SC) tenta se garantir na
presidência da Comissão de Infraestrutura, mas Valdir Raupp
(PMDB-RO) também cobiça o
posto. Ele tentou convencer
Ideli a ficar com a Comissão de
Educação. "No meu Estado, eu
sempre tive a "cara de Educação". Ser conhecida por atuar na
área de infraestrutura fará toda
a diferença na minha campanha", disse Ideli, ex-professora.
Na Mesa, o PT indicou Serys
Slhessarenko (MT), que enfrentará disputa acirrada ao
tentar se reeleger em 2010.
Como Ideli, Raupp, que disputará a reeleição, admitiu que
os holofotes da comissão podem ajudar no processo eleitoral. "Se você fizer um bom trabalho, sem dúvida que dá resultado [eleitoral]." Este ano, a Infraestrutura irá acompanhar as
obras do PAC (Programa de
Aceleração do Crescimento).
Também há conflito pela
CRE (Comissão de Relações
Exteriores). O PSDB já anunciou que quer comandá-la, mas
a vaga é reivindicada pelo PTB.
O indicado petebista é o ex-presidente Fernando Collor (AL),
que ameaça disputar no voto
com Eduardo Azeredo (PSDB-MG), que tentará a reeleição.
Presidentes de comissões ganham o direito de nomear três
assessores extras, além dos que
eles já têm nos gabinetes. Na
Mesa, os secretários ganham o
direito a até 92 cargos a mais.
Foi pensando em 2010 que
Marconi Perillo (PSDB-GO) fez
questão de se tornar primeiro
vice-presidente do Senado. Ele
tentará voltar ao governo do
Estado, quando poderá enfrentar o atual presidente do Banco
Central, Henrique Meirelles.
Outro que conseguiu uma vaga na Mesa foi Mão Santa
(PMDB-PI), que deve disputar
em 2010 com Heráclito Fortes
(DEM-PI), o novo primeiro-secretário, e o atual governador
Wellington Dias (PT).
Entre os tucanos, quem não
conseguiu garantir espaço foi
Tasso Jereissati (PSDB-CE),
cujo mandato também se encerra no ano que vem. Ele queria presidir a CAE (Comissão
de Assuntos Econômicos), mas
foi barrado pelo PMDB, partido
que tem maior bancada da Casa
e que pode abrigar Garibaldi Alves (PMDB-RN) no posto.
No duelo pelas comissões,
Demóstenes Torres (GO), que
também tentará a reeleição, bateu o pé. Ele chegou a ameaçar
deixar o partido caso não ficasse com a presidência da Comissão de Constituição e Justiça.
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