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Plano petista prevê guinada à esquerda
Documento que pode servir de base para projeto de governo de Dilma prega maior presença do Estado na economia
Segundo Pimentel, que integra coordenação de pré-campanha, texto ainda será analisado pela Executiva e contem apenas diretrizes
Daniel Marengo/AgênciaRBS
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Acompanhada do presidente Lula, Dilma participa de abertura de 1ª fábrica de chips do país, no RS
DA REPORTAGEM LOCAL
Um documento interno do
PT que pode servir de base para
o plano de governo da pré-candidata do partido, ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), prega
uma maior presença do Estado
na economia e tem propostas à
esquerda do governo Luiz Inácio Lula da Silva.
Com diretrizes para um plano de governo, o texto intitulado "A Grande Transformação"
foi apresentado na reunião da
Executiva Nacional do partido
em Brasília, nessa semana. O
texto, divulgado ontem pelo
jornal "O Estado de S.Paulo",
deverá receber modificações
dos dirigentes antes de ser
apresentado no 4º Congresso
Nacional do PT, de 18 a 20 de
fevereiro -evento que aclamará Dilma candidata ao Planalto.
"É um projeto inicial de diretriz, que ainda será debatido
pela executiva e emendado no
congresso [do partido]. É um
projeto do PT, não significa que
vai ser o programa de Dilma",
afirmou o presidente eleito do
partido, José Eduardo Dutra.
Chamado de "versão nº 1", o
texto é endereçado "à sociedade brasileira e aos partidos que
integram a coligação que apoia
a candidatura" Dilma Rousseff.
"Vamos compor com os outros partidos. Quem vai determinar o programa de governo é
a própria Dilma", disse Cândido Vaccarezza (PT-SP), líder do
governo na Câmara. Ele rechaça uma "guinada à esquerda".
"A chance de ser aprovado
como está é zero", diz Jorge
Coelho, um dos vice-presidentes da sigla. A proposta apresentada é fortalecer empresas
estatais e aumentar as políticas
de crédito do BNDES (Banco
Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social), Banco do
Brasil e Caixa Econômica Federal, além de agências federais, como Embrapa e ABDI.
Em um dos trechos, o documento afirma que "A ação do
governo Dilma privilegiará o
fortalecimento do Estado, sua
democratização, mediante a
constituição de uma burocracia
de alta qualidade".
O texto afirma que "a próxima presidente" receberá uma
"herança bendita", "ao contrário daquela que o presidente
Lula recebeu". Lula cunhou,
em 2002, a expressão "herança
maldita", para atacar o governo
do tucano Fernando Henrique
Cardoso (1995-2002).
Há outros ataques à era tucana, como citação de que uma liderança do governo passado teria dito que "devíamos [o Brasil] conformar-nos em ser um
ator secundário" no mundo.
O texto foi coordenado pelo
assessor de Assuntos Internacionais da Presidência, Marco
Aurélio Garcia.
"São diretrizes de programa
de governo. Na disputa política,
o item de comparação entre governos será grande", afirmou o
deputado Jilmar Tatto.
"Este é um documento da
burocracia do PT, que será analisado pela Executiva, pelo
Congresso do partido. São apenas diretrizes, enquanto o programa de governo será negociado com todas as forças que nos
apoiarão. Portanto, são várias
etapas", afirmou o ex-prefeito
Fernando Pimentel, que integra o núcleo de coordenação da
pré-campanha de Dilma.
Os aliados mais próximos da
ministrar afirmam que ela sequer chegou a ler o documento.
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