São Paulo, domingo, 06 de março de 2005

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PAINEL

Tensão pré-2006
Pesquisa do instituto Criterium para o governo federal aponta chance de segundo turno na sucessão presidencial. No cenário em que José Serra é o candidato do PSDB, Lula alcança 44%, e seus oponentes, 40%. Dentro da margem de erro, de 2,2 pontos. O tucano tem 29%.

Bem na fita
O prefeito de São Paulo, que em campanha assumiu compromisso de completar o mandato, se sai melhor na disputa pelo governo do Estado. Serra venceria no primeiro turno nos seis cenários pesquisados, com percentuais entre 51% e 55%.

Fila vermelha
No PT, o melhor resultado para a sucessão de Geraldo Alckmin é obtido por Aloizio Mercadante (15%), seguido de Marta Suplicy, José Genoino (ambos com 14%) e José Dirceu (12%). João Paulo vem atrás, com 7%.

Fator surpresa
Na pesquisa que o PT tem em mãos, nenhum cenário contempla hipótese que muitos já não consideram maluca: a de FHC candidato ao governo paulista.

Caminho seguro
Um observador com décadas de janela e conhecimento de FHC explica por que a candidatura ao Palácio dos Bandeirantes faria sentido: "Porque ela dará a Fernando Henrique o que uma disputa contra Lula jamais lhe daria: certeza de vitória".

Duro de apagar
A pesquisa do Criterium mostra que não será fácil para José Dirceu se desvincular do caso Waldomiro. Um ano depois, 4% dos que dizem ter ouvido falar de corrupção no governo Lula citam o ministro, e 4% nomeiam seu ex-braço direito. Há menções à relação entre os dois.

Feitiço do tempo
De um líder aliado, cansado de esperar pela reforma ministerial: "Neste governo, até morte súbita demora seis meses".

Em audiência
Fernando Gabeira (PV-RJ) organizou e Severino Cavalcanti (PP-PE) topou: no próximo dia 16, o presidente da Câmara, conhecido opositor do homossexualismo, receberá líderes do movimento gay de todo o país.

Ou vai ou racha
Para conter a fúria dos sindicatos, Geraldo Alckmin tem dito que a privatização da CTEEP, o filé mignon do setor energético paulista, não está definida. Mas seu governo já sabe que, sem ajuda do BNDES, a estatal passará às mãos do mercado.

Bilhete premiado
Aviso do próprio Lula ao governador Jarbas Vasconcelos (PMDB): o presidente Hugo Chávez anunciará Pernambuco como sede da nova refinaria da Petrobras, a ser construída em parceria com a Venezuela.

Ouro negro
O prefeito de Vila Velha (ES), Max Filho (PDT-ES), apresenta nesta semana ao TCU reclamação contra o governo do Estado. Quer repasses de R$ 32 mi referentes a royalties de petróleo e gás entre 1994 e 2004.

Sangue na floresta 1
O município de Jacundá intriga as autoridades federais que voltaram suas atenções para os rincões do Pará depois da morte da missionária americana Dorothy Stang. Apenas neste ano, 11 jovens foram assassinados na cidade de 40 mil habitantes.

Sangue na floresta 2
Relatório que Zé Geraldo (PT-PA) entrega nesta semana à Comissão de Direitos Humanos da Câmara pede investigações na cidade. Em 2004, foram 30 assassinatos. Suspeita-se que a área abrigue bases do tráfico.

Cobertor curto
Com os cortes anunciados pelo governo federal nos investimentos do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto está disposto a concentrar os recursos em apenas três Estados: Pará, Rondônia e Pernambuco.

TIROTEIO

Do líder do PP na Câmara dos Deputados, José Janene (PR), descrevendo as relações entre seu partido e o PT de Lula:
-Os petistas fingem que gostam da gente, e a gente finge que acredita neles.

CONTRAPONTO

No fio do bigode

Em dezembro de 1960, Juscelino Kubitschek (1902-1976) recebia no recém-inaugurado Palácio do Planalto o segundo monarca a visitar o Brasil, o rei da Etiópia Hailé Sélassié 1º, quando um dos generais da comitiva estrangeira cochichou algo no ouvido do ditador. Terminada a cerimônia, o convidado disse ao presidente brasileiro:
-Houve um golpe na Etiópia que pôs fim ao meu reinado. Preciso retornar a meu país.
O rei queria combater os rebeldes, mas só tinha em seu poder um cheque de US$ 60 mil que precisava ser descontado.
Ante a impossibilidade legal de o governo endossar o cheque, JK chamou à sala o ministro do Exterior Horácio Lafer:
-É um favor que lhe peço, desconte o cheque, Lafer.
Desconcertado, ele topou.
Anos depois, JK recebe carta de Sélassié, de volta ao trono:
-Obrigado. Já paguei o Lafer.


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