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Ex-presidentes negam acusações
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA SUCURSAL DO RIO
O ex-presidente do BNDES Luiz
Carlos Mendonça de Barros refutou as acusações feitas pelo Ministério Público. Ele disse que os procuradores nunca o ouviram sobre
o caso e que as receitas da instituição foram afetadas pela variação
cambial de 1999 e não em razão
do financiamento de US$ 888 milhões concedido à época.
"Quanto à ação de improbidade
ajuizada pelos procuradores, é
importante dizer que, até agora,
nós, os acusados, não fomos ouvidos em nenhum momento do
processo. Felizmente, um desembargador do Tribunal Regional
[Federal] de São Paulo trancou a
ação até que a juíza federal encarregada do caso [na primeira instância] ouça nossa defesa. Parece
incrível, mas processos judiciais
como este ainda ocorrem em nosso país", disse Mendonça de Barros, por e-mail enviado a Folha.
Segundo ele, o Pepe, questionado na ação, seguiu "os mesmos
procedimentos definidos no Programa Nacional de Privatização"
e tudo "era realizado sob escrutínio dos órgãos de fiscalização nos
Estados e submetido a um número incrível de ações na Justiça".
Observados tais procedimentos,
ainda segundo ele, "não cabe a
acusação de que o BNDES tinha
como objetivo realizar privatizações com a máxima brevidade
possível, adotando por isso um
comportamento descuidado".
Mendonça de Barros reafirma
que "não houve negligência nenhuma na aprovação da operação
e as acusações dos procuradores
não se sustentam nos fatos".
Por fim, nega que o BNDES tenha sofrido prejuízos ao entrar na
privatização da Eletropaulo.
"O que de fato aconteceu foi
que, em 2002, o real desvalorizou-se mais de 50% em relação ao dólar e, em 2003, valorizou-se 18%.
Em 2002, o real, mais fraco, aumentou as receitas e despesas do
banco, por conta da correção
cambial de seus ativos indexados
ao dólar; já em 2003, o real, fortalecido, diminuiu as receitas e despesas, por conta do mesmo fenômeno, com sinais trocados, que
afetaram as contas de 2002. Foi esse comportamento extremo do
valor do dólar que afetou as contas do BNDES, levando a esse comentário irresponsável, de um
técnico anônimo, e que foi usado
pelos procuradores para nos acusar. Uma vergonha."
Segundo o ex-presidente do
BNDES Andrea Calabi (99-2000),
"a venda [da Eletropaulo] foi
muito cuidadosa do ponto de vista do banco. Todas as decisões foram colegiadas e respeitaram as
normas que fazem do BNDES
uma instituição sólida". Calabi
considera a ação "estapafúrdia".
Na tarde de sexta-feira, a Folha
não conseguiu falar com Francisco Gros. José Pio Borges não quis
comentar o assunto.
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