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Gasto com saúde indígena foi quase R$ 30 mi menor do que o autorizado
DA REPORTAGEM LOCAL
No ano passado, a Funasa gastou quase R$ 30 milhões a menos
do que o autorizado para "Atenção à Saúde dos Povos Indígenas". De uma dotação de R$
161.133.971, foram pagos R$
132.335.399, 82,13% do previsto.
Mas, só neste início de ano, em
meio à crise provocada pela morte de seis crianças em Dourados
(MS), já foram liberados R$ 16,6
milhões ainda referentes ao orçamento do ano passado.
O projeto de estruturação de
unidades de saúde foi, no entanto,
o mais sacrificado: só foi liberado
R$ 1,9 milhão, 18,94% dos R$ 9,9
milhões programados.
Ainda segundo o Siafi, a Funasa
investiu apenas um terço do que
tinha sido originalmente previsto
na capacitação de profissionais
para atenção à saúde dos povos
indígenas.
Segundo dados do Siafi, dos R$
10 milhões inicialmente reservados no orçamento, houve um corte de R$ 5.500.007 e só R$ 3,2 milhões foram pagos.
Para Marina Machado, coordenadora-executiva da ONG Saúde
Sem Limites, essa é uma das deficiências na execução do modelo
de saúde indígena.
Outra deficiência é a falta de
treinamento dos próprios "agentes", em sua maioria indígenas.
"São os próprios índios que fazem
o atendimento à comunidade.
Eles também fazem a prestação de
contas. Se nós, que estamos habituados, ficamos enrolados com a
papelada, imagine os índios. Eles
precisam ser treinados", defende
ela.
Em 2004, a Funasa destinou R$
2.397.299 à "promoção de educação em saúde à população indígena", 88,97% do autorizado.
O Sistema de Informação em
Saúde Indígena também passou
por restrições orçamentárias: dos
R$ 5,3 milhões inicialmente previstos, só R$ 702,3 mil foram liberados ao longo do ano.
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