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Sem-terra invadem 14
áreas em Pernambuco
COLABORAÇÃO PARA A AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE
Numa ofensiva deflagrada na
noite do sábado, o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais
Sem Terra) invadiu 14 áreas em
menos de 24 horas no Estado de
Pernambuco.
Denominada de "Jornada de
Luta" pela coordenação do movimento, a ação continua até o próximo dia 12 e tem o objetivo de
atingir a marca de 30 invasões,
com a mobilização de cerca de
2.500 famílias.
A ação no Estado antecipou o
tradicional "Abril Vermelho" e
marca os dez anos de uma greve
de fome realizada por integrantes
do movimento para agilizar a desapropriação da fazenda Normandia, no Agreste. Hoje, a fazenda é o quartel-general do MST
no Nordeste.
A intenção também é chamar a
atenção da Conferência Internacional da ONU/FAO sobre Reforma Agrária e Desenvolvimento
Rural, que acontece em Porto Alegre nesta semana. A conferência
será aberta pelo vice-presidente
da República, José Alencar.
O maior clima de tensão era esperado no Engenho São João, pertencente ao Grupo Votorantim,
no município de São Lourenço da
Mata. O local havia sido ocupado
no ano passado, mas uma ordem
judicial de reintegração de posse
despejou os sem-terra há oito meses. Desde então, uma guarnição
da Polícia Militar guarda a área.
Na madrugada de ontem, cerca
de 600 famílias reocuparam o local sem encontrar reação. "Todas
as ocupações foram tranqüilas",
disse o coordenador do MST em
Pernambuco, Jaime Amorim. A
Polícia Militar também não registrou incidentes.
A superintendente regional do
Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), Maria Oliveira, disse que o órgão tem
condições de cumprir a meta de
assentar 5.260 famílias neste ano.
"Só depende da aprovação dos R$
63 milhões previstos no orçamento da União, que ainda está pendente no Congresso Nacional."
No dia 9, o Incra pretende realizar uma reunião com os movimentos sociais que lutam pela reforma agrária em Pernambuco
para detalhar o plano de assentamentos de 2006.
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