São Paulo, segunda-feira, 06 de março de 2006

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Sem-terra invadem 14 áreas em Pernambuco

COLABORAÇÃO PARA A AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE

Numa ofensiva deflagrada na noite do sábado, o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) invadiu 14 áreas em menos de 24 horas no Estado de Pernambuco.
Denominada de "Jornada de Luta" pela coordenação do movimento, a ação continua até o próximo dia 12 e tem o objetivo de atingir a marca de 30 invasões, com a mobilização de cerca de 2.500 famílias.
A ação no Estado antecipou o tradicional "Abril Vermelho" e marca os dez anos de uma greve de fome realizada por integrantes do movimento para agilizar a desapropriação da fazenda Normandia, no Agreste. Hoje, a fazenda é o quartel-general do MST no Nordeste.
A intenção também é chamar a atenção da Conferência Internacional da ONU/FAO sobre Reforma Agrária e Desenvolvimento Rural, que acontece em Porto Alegre nesta semana. A conferência será aberta pelo vice-presidente da República, José Alencar.
O maior clima de tensão era esperado no Engenho São João, pertencente ao Grupo Votorantim, no município de São Lourenço da Mata. O local havia sido ocupado no ano passado, mas uma ordem judicial de reintegração de posse despejou os sem-terra há oito meses. Desde então, uma guarnição da Polícia Militar guarda a área.
Na madrugada de ontem, cerca de 600 famílias reocuparam o local sem encontrar reação. "Todas as ocupações foram tranqüilas", disse o coordenador do MST em Pernambuco, Jaime Amorim. A Polícia Militar também não registrou incidentes.
A superintendente regional do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), Maria Oliveira, disse que o órgão tem condições de cumprir a meta de assentar 5.260 famílias neste ano. "Só depende da aprovação dos R$ 63 milhões previstos no orçamento da União, que ainda está pendente no Congresso Nacional."
No dia 9, o Incra pretende realizar uma reunião com os movimentos sociais que lutam pela reforma agrária em Pernambuco para detalhar o plano de assentamentos de 2006.


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