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Presidente da Força Sindical diz que vai processar jornais
Paulinho ameaça mover de 1.000 a 2.000 ações no país em resposta a reportagens sobre os repasses de verbas federais
Deputado afirma que Força não possui convênios com a pasta do Trabalho e que seu objetivo é "dar um trabalho desgraçado" à imprensa
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente da Força Sindical, deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho, disse que irá processar a
Folha e "O Globo" em 20 Estados do país por causa da série
de reportagens que os dois veículos publicaram sobre o repasse de verbas do Ministério
do Trabalho para entidades ligadas à central, repetindo estratégia utilizada pela Igreja
Universal do Reino de Deus.
Segundo ele, se o número de
ações não for suficiente para
que os jornais interrompam as
reportagens sobre o repasse de
dinheiro do Ministério do Trabalho, comandado por Carlos
Lupi (PDT), para as entidades
ligadas à Força, os sindicalistas
irão ingressar de 1.000 a 2.000
ações em todo o país: "A Igreja
Universal vai ser fichinha".
A decisão foi anunciada em
reunião da Executiva Nacional
do PDT com o ministro Carlos
Lupi e confirmada à Folha pelo
deputado: "Estamos fazendo
apenas 20 ações contra a Folha
e "O Globo". Liguei para vários
jornalistas para explicar que a
Força não tem convênio com o
Ministério do Trabalho e outros ministérios do governo. E,
todos os dias, os jornais citam o
meu nome e o da Força. Como
eles não ouviram, decidi consultar amigos sindicalistas que
estão se sentindo ofendidos e
vão entrar com ações em várias
partes do Brasil", afirmou.
Paulinho disse que sua intenção não é ganhar as ações na
Justiça, mas "dar trabalho" para os dois veículos. "Pode perder, não tem problema. Vou
dar um trabalho desgraçado
para eles. Meu negócio é dar
trabalho para eles. Não é nem
ganhar. É só para eles aprenderem a respeitar as pessoas. Eu
estou fazendo apenas 20. Se
não parar, vou fazer de 1.000 a
2.000 ações contra eles no Brasil inteiro", ameaçou.
Fiéis da Igreja Universal do
Reino de Deus moveram mais
de 60 ações contra a Folha e a
jornalista Elvira Lobato, alegando que se sentiram ofendidos por um trecho da reportagem "Universal chega aos 30
anos com império empresarial", publicada em dezembro.
Há questionamentos sobre
12 convênios do ministério
com entidades e pessoas ligadas ao PDT. A Folha divulgou
que a pasta pretendia repassar
R$ 7 milhões à CNTM (Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos), ligada
à Força Sindical, para recolocar
mão-de-obra em São Paulo.
O valor seria 97% maior que
o gasto pelo governo paulista, e
comissões do Estado e da prefeitura votaram contra o convênio. A decisão final cabe ao
Codefat (Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao
Trabalhador). Ministério e entidades negam favorecimento.
Paulinho preside a Força
desde 1999. Antes, presidiu o
Sindicato dos Metalúrgicos de
SP (desde 1994). Em 2002, foi
candidato a vice-presidente pelo PTB na chapa de Ciro Gomes
e, em 2004, a prefeito de São
Paulo pelo PDT.
(ANDREZA MATAIS e SÉRGIO LIMA)
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