São Paulo, quinta-feira, 06 de março de 2008

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Toda Mídia

Nelson de Sá

Sem guerra
eltiempo.com

Dos "think tanks" às revistas on-line tipo Slate e aos jornais americanos, europeus etc., a "guerra" prosseguia, já com análises geopolíticas e outras.
Até que surgiu na home do "El Tiempo", em manchete, "Colômbia aceitou que violou a soberania do Equador, mas não receberá sanção da OEA", com foto do equatoriano Rafael Correa com Lula (acima). Entraram ainda no acordo uma missão de inquérito e, informalmente, o anúncio por Álvaro Uribe de que "se dispõe a revisar" a denúncia de Hugo Chávez em Haia. Na versão na Folha Online, "OEA declara violação de soberania do Equador, mas não condena Colômbia". Lula, à Reuters Brasil, considerou a decisão "madura".

LADOS OPOSTOS
O "Financial Times" deu em título que a ação "pôs EUA e América Latina em lados opostos", quanto à violação da soberania do Equador.
E o cientista político Olivier Dabène falou ao "Le Monde" que "esta não é mais a OEA de 20 anos atrás, instrumento na mão dos Estados Unidos". Agora "muito mais ativa", sua diplomacia no episódio une os esforços de Chile e Brasil.

CHÁVEZ, CHÁVEZ
O "New York Times", com o correspondente em Caracas, mantém o foco em Chávez e suas "forças na fronteira da Colômbia" -enunciado da longa reportagem datada de hoje, adiantada ontem no site. Fala dos "dez batalhões", dos "tanques na televisão" etc.
O "Washington Post" foi além, em editorial, e tratou Chávez, assim como Correa, por "aliado do terrorismo".

O FATOR "SNL"
O site Politico.com adiantou, antes mesmo de Texas e Ohio, por que Hillary Clinton voltou a ter chances. Antes de mais nada, "O fator "SNL'", de "Saturday Night Live" -o humorístico da NBC que saiu em apoio à democrata, contra os jornalistas enviesados. Já com os resultados, "NYT", "Washington Post", "Boston Globe" foram pela mesma linha, dizendo que começou no "SNL" do dia 23, com Tina Fey, o novo "tom" da cobertura, desfavorável a Obama. E receptivo ao jogo de Clinton, até o mais baixo.

PRÓXIMOS CAPÍTULOS
Mais Politico.com. O site diz em suma, sobre Texas e Ohio, "Lição de Hillary: atacar Obama funciona". E já faz a previsão do próximo ataque, dizendo que o tema é evitado por jornalistas e será cobrado por Hillary: o julgamento do ex-arrecadador Antoin "Tony" Resko, de Obama.

A VOLTA DA CNN
As três grandes redes, avalia o "NYT", "não cobrem mais" campanha, que entra só como "post-it" na programação. Mas a CNN está "de volta ao jogo". Começou com os 7,6 milhões de audiência no dia 21, com o debate. Diz o "NYT" que até voltou a bater a Fox News, depois de sete anos.

A INFLAÇÃO DO ETANOL
George W. Bush, em dia de campanha com John McCain, arrumou tempo para falar do "efeito do etanol no preço dos alimentos", após editoriais seguidos sobre o tema no "NYT", "WP", "FT". Falou vagamente em "fazer algo", mas não "voltar atrás". Descreveu como "incrível" (amazing) o avanço dos EUA no setor -e deu o exemplo "incrível" da "noz de babaçu", que "cresce no Brasil" e ajudou "um avião do tamanho de um 747" a levantar vôo.

"VOCÊS PAGAM"
O "Wall Street Journal" deu com aberta ironia o relatório sobre aquecimento global anunciado ontem pela OCDE, o "clube dos países ricos".
Se os emergentes Brics (Brasil, Rússia, Índia e China) participarem do esforço como propõem os "ricos", seus PIBs "perderiam três vezes mais do que os PIBs das nações do clube". Daí o título usado pelo "WSJ", "OCDE: Nós todos agimos, mas vocês pagam".

TUPI E OS EUA
Em fase protecionista, a CNN começa a questionar o Brasil, dizendo que a eventual entrada na Opep elevaria o preço do petróleo, que ontem bateu recorde, novamente.
Mas um especialista em energia, Peter Z. Grossman, já reagiu ontem com artigo no "Christian Science Monitor", de Boston. Diz que "Petróleo do Brasil pode desestabilizar a Opep, não os EUA", no título, e que Tupi é só "boa notícia".


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@ - Nelson de Sá



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