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QUEM JÁ SAIU
Ferreira aderiu a plano de demissão há 6 anos
Ex-empregado não
arruma trabalho
da Agência Folha, em Itabira
Luiz Carlos de Assis Ferreira,
41, vive o drama de estar desempregado há seis anos, desde que
aderiu ao plano de incentivo à
demissão criado pela Vale do Rio
Doce, em 1991.
``Fui pressionado. Ou deixava
a Vale com o incentivo (financeiro), ou saía depois sem incentivo
nenhum. Nunca mais consegui
emprego'', diz Ferreira, que trabalhou 16 anos na Vale como auxiliar administrativo e depois no
setor de operação de máquinas.
Solteiro, ele diz que o desemprego fez com que perdesse a namorada, pondo fim aos planos
de casamento.
``Eu tinha intenção de casar,
mas tive descontrole psicológico
por causa do desemprego e o relacionamento acabou. Não gosto
de falar sobre isso''.
Ferreira tem vivido de pequenos serviços, quando consegue.
O último foi no período de agosto a novembro do ano passado,
quando trabalhou para o IBGE,
colhendo dados para o censo
agropecuário e populacional.
Com o passar dos anos, aumenta
a sua descrença em conseguir
uma nova ocupação.
`Tentei de tudo'
``Já tentei de tudo. Estou cadastrado em balcões de emprego, mas, na medida em que o
tempo passa, vou ficando mais
velho e os empregos são para
quem tem menos de 30 anos.''
Morando com a sua mãe, que
recebe um salário mínimo de
pensão do INSS, Ferreira se diz
muito preocupado com a prestação da casa (R$ 210,00) que comprou em 90.
``Não sei como fazer daqui para a frente, o dinheiro da indenização está no fim'', disse ele, que
teme o aumento do desemprego
na cidade com a venda da Vale, o
que acirraria ainda mais a disputa por um emprego na cidade.
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