São Paulo, quinta-feira, 06 de abril de 2006

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CASO SANTO ANDRÉ

Retroescavadeira de um dos réus causou "apagão" em fórum

Falta de energia interrompe audiência

LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

A primeira audiência com as testemunhas de acusação no caso de desvio de dinheiro na administração petista da Prefeitura de Santo André foi interrompida ontem depois que uma retroescavadeira de um dos réus perfurou o solo e atingiu um cabo transmissor, deixando o prédio sem energia elétrica. Às 10h15, 30 pessoas, entre réus, testemunhas, advogados, promotores e servidores, se preparavam para a audiência quando ouviram um estrondo.
A retroescavadeira, usada na construção de uma rampa de acesso a presos no pátio do fórum, pertence à empresa Projeção Engenharia, denunciada pelo Ministério Público como uma das empresas usadas pelo PT para desviar dinheiro público.
Humberto Tarcísio de Castro, que consta como dono da Projeção, e Ronan Maria Pinto, apontado pela Promotoria como o verdadeiro proprietário, são réus no processo por corrupção e estavam no fórum. Foram denunciados ainda o ex-vereador Klinger Luiz de Souza e o empresário Sérgio Gomes da Silva, acusado de ser mandante do assassinato do prefeito Celso Daniel.
Os promotores Roberto Wider Filho e Amaro José Thomé Filho pediram ontem a interdição da obra e a intervenção de técnicos do Instituto de Criminalística para apurar o que houve. "Considerando todos os interesses envolvido e o fato de terem tentado de tudo para postergar o processo, que começou em 2002, não é bom negligenciar. Vamos investigar se houve dolo", disse Wider.
Entre as testemunhas que deveriam ser ouvidas ontem estavam João Francisco Daniel, irmão do prefeito assassinado, e a empresária Rosângela Gabrilli, que denunciou um esquema de arrecadação de propina. Funcionários do fórum disseram que as testemunhas ficaram assustadas com o barulho e com o "apagão".
Ronan diz não ser dono da Projeção, mas da Rotedali. Castro, funcionário de Ronan na Rotedali, diz não ser "testa de ferro". Klinger e Gomes da Silva também negaram participação no suposto esquema de propina.


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